Plano de Negócios https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br da ideia à realização Mon, 26 Aug 2019 18:32:11 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Startup que tira dúvidas sobre saúde na África acumula mais de 1 milhão de interações https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/06/22/startup-que-tira-duvidas-sobre-saude-na-africa-acumula-mais-de-1-milhao-de-interacoes/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/06/22/startup-que-tira-duvidas-sobre-saude-na-africa-acumula-mais-de-1-milhao-de-interacoes/#respond Sat, 22 Jun 2019 22:54:42 +0000 https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/files/2019/06/Foto-320x213.jpg https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=1503 Sete meses depois de seu lançamento, a startup Dr Wilson, que usa chat baseado em inteligência artificial para conversar e tirar dúvidas sobre saúde,  já recebeu mais de 1,2 milhão de interações, a maior parte na África.

O sistema vem sendo usado em locais onde se fala português, como Moçambique, cabo Verde e Angola.

Ainda em junho, deve chegar no Haiti, o que exigiu uma adaptação do sistema para funcionar também na língua créole, , conta Mario Mendes, empresário do setor de telecomunicações responsável pela iniciativa.

O Dr Wilson conversa com usuários a partir de site responsivo capaz de se adaptar a smartphones) ou em plataformas como Facebook, Twitter e Google Assistant.

Sua meta é levar informações sobre doenças típicas de regiões vulneráveis, como Cólera, Malária, Aids ou Dengue, e tratar de informações sobre cuidados no consumo de água.

Com o tempo e conforme outras perguntas foram sendo feitas pelos usuários, o tipo de conhecimento presente no sistema do Dr Wilson foi sendo ampliado e hoje ele é capaz de responder a 33 mil diferentes questões, passando por temas como matemática e física, diz Mendes.

Para desenvolver o conhecimento do robô, dois profissionais da startup buscam especialistas para fornecer informações confiáveis voluntariamente, explica.

Mendes diz que um fato que impulsionou o uso do Dr. Wilson foi o ciclone Idai, que atingiu Moçambique no final de março e deixou mais de 1.000 mortos.

“No pior dia da tragédia, a gente começou a receber muitas perguntas sobre buscas de abrigo, onde encontrar água, alimentos.”

Mendes explica que, apesar de não serem questões que o sistema estivesse pronto para responder de imediato, o Dr Wilson pode mapear de onde vinham os pedidos e, com isso, indicar para organizações locais regiões que precisavam de assistência.

“Isso permitiu organizar mutirões de salva-vidas, construção de abrigos e arrecadação de mantimentos”, conta.

De todas as interações feitas no mundo a partir do sistema, 40% foram no Brasil, 35% em Moçambique, 18% em Angola, 5% no Cabo Verde e 2% nos Estados Unidos.

A divulgação do Dr Wilson acontece por SMS. A startup fecha parcerias com operadoras de telefonia de cada país em que atua para que sejam feitos disparos em massa convidando as pessoas a experimentar o serviço, gratuito.

A ideia para a iniciativa surgiu de interações de Mendes, que já tinha projetos sociais relacionados à África, com outras empresas de tecnologia presentes noInovaBra Habitat, prédio do Bradesco dedicado a escritórios de startups e departamentos de inovação

O projeto não tem fins lucrativos e hoje é a principal atividade de Mendes, conta o empresário.

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Empresa faz financiamento coletivo para espalhar sensores pela cidade e criar robô que avisa sobre enchentes https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/04/30/empresa-faz-financiamento-coletivo-para-espalhar-sensores-pela-cidade-e-criar-robo-que-avisa-sobre-enchentes/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/04/30/empresa-faz-financiamento-coletivo-para-espalhar-sensores-pela-cidade-e-criar-robo-que-avisa-sobre-enchentes/#respond Tue, 30 Apr 2019 14:00:57 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=1462 A startup Pluvi.On lançou uma campanha de financiamento coletivo no site Benfeitoria com o objetivo de instalar estações Metereológicas pela cidade de São Paulo.

O plano é arrecadar R$ 90 mil de interessados em ver o projeto sair do papel  e, com o dinheiro, instalar no alto de prédios 30 estações com sensores capazes de medir volume e intensidade de chuvas, temperatura, umidade e direção dos ventos.

Os dados serão combinados com informações de empresas parceiras para aumentar a precisão das previsões e ajudar a antecipar enchentes, explica a cofundadora da empresa Mariana Marcílio, 31.

Os avisos serão dados a partir de um robô que falará com os cidadãos a partir do WhatsApp, que, apesar de ainda não ter sido lançado, já foi batizado de São Pedro.

Também deverá ser possível possível fazer perguntas mais simples, como Devo levar um guarda-chuva para o trabalho hoje?”, diz a empreendedora.

Mariana explica que a ideia é que o São Pedro fique mais preciso conforme a quantidade de dados captados pelos sensores e armazenados cresça e o sistema fique mais inteligente.

Porém ele só se tornará realidade caso a companhia atinja a meta de arrecadação até o dia 23 de maio —a campanha é do tipo “tudo ou nada” e, caso o objetivo não seja alcançado o dinheiro será devolvido.

Mariana explica que o financiamento coletivo foi a opção escolhida para permitir a instalação dos sensores após a companhia notar a dificuldade que existe para que startups façam parcerias com o setor público.

“Quando entramos queremos entrar em uma licitação, nos pedem cinco anos de balanço auditado, e nossa empresa não tem nem cinco anos de vida.”

A ideia é que as 30 estações sejam só o início do projeto. A companhia quer arrecadar, no total, R$ 750 mil para implantar 350 sensores na cidade. O dinheiro pode vir de campanhas futuras e de parcerias com empresas.

A instalação dos sensores deve ir da periferia para o centro. Um dos primeiros bairros a tê-los instalados será o Jardim Pantanal, conhecido por sofrer com enchentes frequentes, diz Mariana.

O serviço será sempre gratuito para os cidadãos, diz Mariana. A ideia da empresa é usar os dados obtidos pelos sensores para fechar parcerias com outras companhias, em especial no setor de transporte e tecnologia.

A startup foi criada em 2016 por cinco sócios. Mariana, que era estilista, três consultores e um programador.

A ideia para a empresa surgiu quando o grupo se conheceu em um curso que discutia tendências para o futuro, que os despertou para o tema das mudanças climáticas e criou o interesse de buscar um trabalho com maior propósito do que aquele que faziam anteriormente, conta Mariana.

“Esse problema irá se tornar cada vez mais grave, por isso a urgência desse trabalho”, diz ela, lembrando das fortes chuvas enfrentadas por São Paulo e, principalmente, pelo rio de Janeiro neste ano.

A Pluvi.On foi acelerada pela Artemisia (especializada em negócios de impacto social), foi residente do Google for Startups (prédio da empresa dedicado a esse tipo de companhia em São Paulo) e  passou pelo programa Redbull Basement.

Além dos sócios, a empresa tem mais três funcionários. Seu faturamento vem de projetos feitos para o setor agrícola e para empresas de logística.

 

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De família de pescadores, empreendedor viaja o mundo e capta investimentos para startup de saúde do trabalho https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/04/29/de-familia-de-pescadores-empreendedor-viaja-o-mundo-e-capta-investimentos-para-startup-de-saude-no-trabalho/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/04/29/de-familia-de-pescadores-empreendedor-viaja-o-mundo-e-capta-investimentos-para-startup-de-saude-no-trabalho/#respond Mon, 29 Apr 2019 17:20:00 +0000 https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/files/2019/04/Foto-2-320x213.jpg true https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=1455 O interesse por conhecer o mundo a partir da leitura deu o impulso para que Matheus Silva, 28, nascido em Boqueirão, na Paraíba, viajasse o mundo para estudar e trabalhar e, na volta, criasse uma startup que já atraiu grandes investidores do mercado.

Filho e neto de pescadores, Silva conta que a vontade de fazer uma faculdade no exterior surgiu quando, na 6ª série (atual 7º ano) ele leu uma revista com o ranking das melhores universidades do mundo.

“Apesar de morar em cidade pequena, de 15 mil habitantes, lia muito, pegava o jornal e queria saber o que acontecia no mundo. Vi que a maioria das universidades listadas entre as melhores estavam nos Estados Unidos”, conta.

Para chegar lá, a rotina de Silva incluía acordar às 4h30 da manhã para tomar um ônibus que o levaria até a escola em que conseguiu bolsa de estudos, em Campina Grande (PB). “Ia lendo durante a maior parte das viagens”.

O aparecimento da internet, que ele acessava a partir de lan houses, foi o que permitiu se inscrever em seleções de diferentes universidades americanas. Foi aprovado, entre outras, no Politécnico de Worcester, em Massachusetts.

Para financiar os estudos, buscou uma bolsa de estudos junto à Fundação Estudar [organização criada pelo bilionário Jorge Paulo Lemann. Os planos quase desmoronaram em razão da falta de infraestrutura de sua cidade natal.

“Eu estava participando do processo seletivo online. Estava no meio do teste, a internet caiu, fechou. Tive de ligar para a fundação, explicar que morava em cidade pequena, a internet era a rádio, como ainda é até hoje. Disseram que confiavam em mim e iriam me passar para a próxima etapa.”

Aprovado, ele esperou para começar o curso. Para ter mais experiências, se inscreveu em um programa que buscava voluntários para ensinar inglês na China.

Nos dois anos em que esteve no país asiático, trabalhou como analista de marketing em uma empresa de panificação e passou por um fundo de investimentos.

Terminado o período na China, estudou simultaneamente economia e engenharia química nos Estados Unidos. Foi quando conheceu outros dois bolsistas que viraram parceiros em diferentes projetos, a paulistana Deborah Alves e o carioca João Henrique Vogel. Primeiro, os três criaram juntos a Brasa (razilian Student Association) organização para apoiar jovens brasileiros estudando fora do Brasil com mentoria e conexões com empresas.

Formado, Silva foi consultor na McKinsey, uma das companhias mais tradicionais do segmento.

Decidiu empreender ao notar que, apesar de aprender muito com os projetos dali, seu envolvimento e capacidade de atuação  neles eram limitados.

Chamou seus companheiros de Brasa para o acompanhar nos novos planos. João Henrique deixou emprego na Kraft Heinz em Chicago e Deborah em uma startup do Vale do Silício, conta.

A escolha por atuar com saúde veio da leitura de uma pesquisa da própria McKinsey que apontava que esse é um segmento que, ao mesmo tempo, é muito valorizado pelos brasileiros e possui um nível alto de insatisfação.

Sua startup, a Cuidas, lançada no meio do ano passado, permite que funcionários de empresas clientes agendem consultas com médicos de família no local de trabalho por um aplicativo.

Silva explica que,

quando uma empresa adota o sistema, o médico examina todos os funcionários, buscando informações sobre seu estilo de vida e trabalho que possam ajudar na prevenção de doenças.

As empresas pagam R$ 70 por mês por cada profissional que tem acesso ao aplicativo.

Silva diz que sua startup foi lançada tendo como alvo principalmente companhias que não têm condições de oferecer planos de saúde para seus funcionários. Porém, com o tempo, passou a acreditar que empresas maiores, que já oferecem planos, podem se interessar pelo serviço pela praticidade que oferece.

A startup conta com 13 funcionários e atende aos funcionários de oito empresas clientes.

Já atraiu investimento dos fundos Kaszek (dos fundadores do Mercado livre), Canary (investido por executivos de empresas como Nubank e GuiaBolso) e Innova Capital (de Jorge Paulo Lemann). O valor injetado na empresa não foi informado.

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Depois de perder emprego e criar canal sobre Uber, empreendedor lança aplicativo para motoristas https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2018/08/11/depois-de-perder-emprego-e-lancar-canal-sobre-uber-empreendedor-lanca-aplicativo-para-motoristas/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2018/08/11/depois-de-perder-emprego-e-lancar-canal-sobre-uber-empreendedor-lanca-aplicativo-para-motoristas/#respond Sat, 11 Aug 2018 05:00:48 +0000 https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/files/2018/08/Marlon-Luz-foto-320x213.jpeg https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=1299 Para Marlon Luz, 37, dirigir para a Uber começou como uma saída para lidar com o desemprego, depois de ele ser dispensado de uma empresa de tecnologia, em 2016.

Aprendeu técnicas para fazer seu tempo e combustível renderem mais, e resolveu compartilhar. Criou para isso um canal no YouTube de dicas para motoristas. É seguido por mais de 400 mil pessoas.

A audiência o ajudou a atrair patrocinadores, entre eles fornecedores de pneus e de lâmpadas interessadas em vender para os motoristas do app.

Marlon também passou a oferecer cursos e a desenvolver seus próprios produtos, como uma bolsa para que os motoristas possam colocar bala para os passageiros na parte de trás do banco e, com isso,  tentem aumentar as chances de ganhar cinco estrelinhas.

Seu passo mais recente foi voltar para a tecnologia, dessa vez como responsável por um aplicativo, que ele lançou no final de julho.

Chamado Rebu, o serviço ajuda os motoristas a descobrir onde há mais chance de encontrar passageiros a cada hora do dia.

Marlon Luz, motorista da Uber que criou canal de dicas e aplicativo (divulgação)

 

 

 

Marlon explica que seu sistema combina dois tipos de informações para fazer isso: dados obtidos a partir do Google sobre quantas pessoas estão presentes em cada região e conhecimento sobre que tipo de lugar chama mais carros a cada hora do dia.

“Em minha experiência como motorista, aprendi técnicas de posicionamento que variam conforme o dia, o horário. Às 12h é bom para pegar gente saindo de hotel, por causa do horário do check-out. Já às 22h é bom perto da universidade, quando os alunos estão saindo”, explica.

Quando usa o aplicativo, o motorista deve apertar um botão para pedir uma dica sobre onde deve ir. O serviço pergunta então qual a distância que ele está disposto a percorrer para achar um passageiro e, com essa informação, sugere uma direção.

Marlon afirma que o objetivo é fazer o motorista gastar menos combustível quando roda sozinho. A gasolina representa até 30% do custo de quem trabalha com isso”, diz.

Para receber as dicas, é preciso pagar uma mensalidade de R$ 14,90. Para quem não é assinante, o aplicativo traz algumas dicas de lugares onde se pode usar o banheiro, lavar o carro ou colocar gás no carro.

Marlon investiu R$ 40 mil em seu projeto.

Ele tem uma equipe de 12 pessoas para manter seu canal e demais serviços.

Com tantos empreendimentos, dirigir para a Uber já não é mais a atividade que dá mais retorno para ele. Mas Marlon diz que ainda dirige cerca de 15 horas por semana para se manter atualizado sobre o funcionamento do serviço.

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Empresa quer que consumidores façam compras a partir da câmera do celular https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2018/03/28/empresa-quer-que-consumidores-facam-compras-a-partir-da-camera-do-celular/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2018/03/28/empresa-quer-que-consumidores-facam-compras-a-partir-da-camera-do-celular/#respond Wed, 28 Mar 2018 13:30:36 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=1219 A Onlayers quer que consumidores passem a fazer compras de supermercado tirando fotos com seus celulares.

A companhia vem desenvolvendo o aplicativo SupermARket, capaz de reconhecer produtos fotografados, dar informações a respeito deles e vender a partir da internet.

O plano da companhia é espalhar por terminais de ônibus e estações de metrô painéis com imagens de produtos para serem capturadas pelas câmeras dos clientes.

Alexandre Boneto, sócio da companhia, diz que esse serviço será usado por quem não tem tempo ou não gosta de ir ao mercado.

Também favorecerá compras de impulso. O consumidor, de passagem pela estação, vai ver a imagem, lembrar que falta aquele produto em casa e já fazer a compra, diz.

A ideia é atender supermercados de bairro. Os painéis deverão ficar próximos às lojas e destacar produtos que são vendidos com frequência nelas.

Alexandre conta já ter três redes de supermercado clientes, que participaram do desenvolvimento do serviço. Os primeiros painéis devem ser instalados ainda neste semestre, segundo Alexandre.

 

Consumidor usa o celular para fazer compras com app SupermARket (divulgação)

FUTURO

A compra a partir de fotos é apenas o primeiro passo para o projeto de Alexandre de fazer as compras serem baseadas em realidade aumentada, ou seja, misturando elementos da realidade com imagens e informações projetadas virtualmente.

Ele conta querer usar a tecnologia para criar supermercados em realidade aumentada em locais abertos, em especial parques.

A partir da tela do celular ou de óculos inteligentes, as pessoas verão, sobrepostas ao cenário real, gôndolas de um supermercado no qual poderão fazer suas compras sem precisar de carrinhos nem sacolas.

Alexandre diz acreditar que a iniciativa irá atrair clientes tanto pela comodidade como também pelo interesse deles por novidades.

A OnLayer foi criada há um ano e meio, com o objetivo de levar obras de arte digitalmente a partir da tecnologia de realidade aumentada. A companhia cria, por exemplo, exposições que só podem ser vistas pelo celular quando o espectador está em determinado lugar.

A empresa vem ampliando os segmentos com os quais trabalha. Hoje, tem projetos em áreas como medicina e educação, além do varejo.

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Empresário aprende a consertar celulares no YouTube e cria rede Hospital do iPhone https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/08/09/empresario-aprende-a-consertar-celulares-no-youtube-e-cria-rede-hospital-do-iphone/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/08/09/empresario-aprende-a-consertar-celulares-no-youtube-e-cria-rede-hospital-do-iphone/#respond Wed, 09 Aug 2017 16:25:51 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=808 Depois de aprender a consertar celulares assistindo vídeos na internet, o empresário André Reis, 28, começou uma rede de lojas especializada em ajustar aparelhos da Apple.

Chamada Hospital do iPhone, a loja busca imitar um centro médico inclusive na linguagem.

A empresa não troca telas, faz “cirurgias faciais”. Não arruma baterias, faz cirurgia cardíaca. Os técnicos são “doutores” e os novos franqueados “residentes”.

A companhia, sediada em uma galeria na cidade de São Bernardo do Campo (SP), atende de 70 e 100 clientes por dia, diz Reis.

O negócio foi aberto em 2014 e atualmente fatura cerca de R$ 1 milhão ao ano.

Antes de chegar ao conceito, Reis trabalhou por 10 anos como vendedor em lojas de carros. Para ganhar um dinheiro extra, começou a comprar celulares usados com defeito, levá-los a assistências técnicas e, depois de ajustados, revendê-los com algum lucro.

Porém ele via que o atendimento recebido nas lojas tinha qualidade inferior ao esperado.

“Eles podiam até conhecer de aparelhos. Mas, como trabalhava com vendas, eu percebia que o atendimento era seco, frio, às vezes pouco educado. O serviço deixava rebarba de cola, eles tinham bancada zoneada.”

Mas o que o fez decidir aprender a abrir os aparelhos e ajustá-los por conta própria foi perceber a dificuldade de encontrar uma assistência técnica especializada em itens da Apple. Ele conta que chegou a ter celulares que, após passarem pela assistência, voltaram com defeito.

O aprendizado exigiu horas de dedicação por dia e envolvia buscar conteúdo em inglês, língua que Reis ainda não dominava completamente:

“Fui olhar no YouTube como era a montagem e a desmontagem, o que cada peça significava. Depois pesquisava para descobrir onde comprar essas peças. Como ainda não entendia todo o inglês, dependia bastante das imagens”, conta.

Aos poucos o negócio paralelo de Reis foi ganhando corpo e, conforme ele ganhava confiança, deixava as assistências de lado e fazia ele mesmo o ajuste.

André Reis, criador do Hospital do iPhone, conserta aparelho (divulgação)

DEMISSÃO

A decisão de abrir a loja veio quando, em 2014, ele foi demitido da empresa durante corte de custos promovido pela companhia.

“Quando fui cortado, fiquei na dúvida sobre o que fazer. Ou voltava a ser funcionário ou ia fazer o que realmente gosto. Peguei o dinheiro da rescisão, chamei meu irmão, que tinha um carro velhinho, e convidei ele para abrir o negócio comigo.”

O carro foi vendido e os dois investiram juntos R$ 15 mil. O nome Hospital do iPhone surgiu em conversa com amigos.

“Falei do negócio que iria abrir. Brincaram que ele iria se chamar “desmanche do iPhone”. Disse que de jeito nenhum, queria passar algo que remetesse a qualidade, confiança. Dali, pensei no nome, que é um dos nossos diferenciais.”

O nome de fácil assimilação ajuda em uma das principais apostas da empresa, o marketing em redes sociais. A companhia possui quase 50 mil curtidas no Facebook, principal veículo de divulgação, junto com o boca a boca.

O Hospital do iPhone inaugurou neste mês sua primeira franquia, em Barueri (SP). Três novas unidades estão em obras e outras três em negociação.

Apesar de ter tido ajuda do YouTube, Reis conta que seguiu buscando conhecimento para suas cirurgias, participando de cursos do Senai, por exemplo.

Para os novos franqueados, ele diz ter pronto um curso que reúne o que de mais importante aprendeu em suas pesquisas sobre o iPhone.

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Novo rival do Uber, aplicativo de transporte Yet Go aposta em cidades pequenas e médias https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/06/21/novo-rival-do-uber-aplicativo-de-transporte-yet-go-aposta-em-cidades-medias/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/06/21/novo-rival-do-uber-aplicativo-de-transporte-yet-go-aposta-em-cidades-medias/#respond Wed, 21 Jun 2017 13:44:55 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=715 Enquanto Uber, 99, Easy e Cabify duelam  para ver quem fica com a liderança no mercado de transporte de aplicativos na cidade de São Paulo, a brasileira Yet Go decidiu chegar a capital paulista apenas depois de encontrar seu espaço avançando pelas beiradas.

Evitando as praças mais concorridas, a empresa, aberta em novembro do ano passado, tem seu público principal no Norte e no Nordeste, em cidades de pequeno e médio porte, com pelo menos 100 mil habitantes.

Segundo seus sócios, a companhia já atua em 120 municípios brasileiros, entre eles Manaus, Belém, Teresina, Cuiabá e Feira de Santana (BA).

No total, o serviço tem 42 mil motoristas cadastrados, dizem os empreendedores.

As origens da empresa já apontam para uma abrangência diversificada. A companhia nasceu em Belém, fundada por Alberto Souza Junior, e tem como sócio um  industrial da cidade de Novo Hamburgo (RS), Roberto Carlos Pereira, que tem empresa na área de componentes para calçados.

 

Roberto Carlos Pereira (a esq.) e Alberto Souza Junior, sócios da Yet Go (divulgação.)

 

Segundo Souza Junior, as cidades em que o aplicativo vem se destacando não despertam muito interesse das maiores empresas do setor, pois nelas são feitas diariamente muito menos corridas do que em grandes metrópoles.

Por outro lado, o investimento que a start-up faz para iniciar operações pequenas pode dar retorno no longo prazo, diz.

“Há um custo para se instalar em cada cidade. É preciso ter uma equipe local, atrair motoristas. É possível ter uma receita boa depois de pelo menos seis meses.”

Pereira afirma que os sócios investiram US$ $ 3 milhões (cerca de R$ 10 milhões) no projeto. No momento, negociam novas injeções de capital para acelerar o desenvolvimento da empresa. Hoje a start-up tem 80 funcionários, diz.

Os sócios afirmam estar cadastrando motoristas para também avançar na capital paulista a partir das próximas semanas, apesar de a cidade não ser o mercado principal da companhia, é importante fincar uma bandeira ali, diz Pereira.

Como diferenciais, prometem  uma taxa de serviço menor para o motorista (de 10%, em vez dos 25% cobrados pela Uber) e preço menor do que a das concorrentes e sempre igual, não importando se há aumento de demanda.

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Empresário conta como, para sobreviver à concorrência, buscou novo nicho e voltou a crescer https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/05/17/empresario-conta-como-para-sobreviver-a-concorrencia-buscou-novo-nicho-e-voltou-a-crescer/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/05/17/empresario-conta-como-para-sobreviver-a-concorrencia-buscou-novo-nicho-e-voltou-a-crescer/#respond Wed, 17 May 2017 15:03:32 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=658 Descobrir um novo nicho e se especializar foi o que permitiu a empresa de Emerson Salomão, 43,  sobreviver à concorrência de grandes empresas  e abrir um novo horizonte de crescimento para seu negócio.

Sua empresa foi criada em 1997 na cidade de Joinville (SC) com o nome Notebook Century. No início, se dedicava a vender laptops importados.

Em 2004, Salomão decidiu investir na Avell, uma marca própria de notebooks para sua empresa. Ele passou a vender os novos produtos em sua loja, concorrendo com os demais aparelhos que já comercializava.

Ele conta que os itens que desenvolveu representaram apenas entre 1% e 2% de seu faturamento nos primeiros anos. Mas eles lhe garantiram experiência no ramo de montagem dos aparelhos, o que foi fundamental para seu futuro.

Isso porque, conforme as marcas internacionais foram aumentando sua presença no mercado brasileiro, fabricando seus notebooks no país e disponibilizando-os para grandes varejistas, a loja de Salomão passou a perder vendas, conta.

 

Emerson Salomão, fundador da empresa Avell (divulgação)

“Passei a não conseguir mais competir. As grandes varejistas conseguiam vender notebooks baratos em 10 vezes sem juros, o que não era possível para mim”, conta.

A saída foi ir deixando a disputa em que ele não ganharia e se dedicar a um segmento menor onde ele poderia ser mais forte: o desenvolvimento de notebooks de alta performance, destinados ao público amante de jogos eletrônicos e profissionais de áreas como engenharia e arquitetura.

Em vez de buscar um novo produto no mercado para trazer para esse público, ele decidiu investir na marca que já tinha criado, a Avell, e adequá-la a sua nova proposta.

O negócio deu certo e, em 2012, a empresa deixou de vender produtos que não fossem de seu próprio desenvolvimento. A marca Avell também passou a ser o nome da loja de Salomão a partir dali.

Salomão vende computadores com preços variando entre R$ 4.500 e R$ 30 mil, dependendo das configurações pedidas pelo cliente.

A companhia importa peças dos EUA e monta os notebooks em sua matriz. Possui duas filiais, em Santa Catarina e Curitiba e tem planos de abrir loja em São Paulo.

A Avell possui duas filiais além da loja de Joinville, em Florianópolis e Curitiba. Tem planos de vir para São Paulo. Atualmente, cerca de 70% de suas vendas são fechadas pela internet.

A companhia conta com 45 funcionários e registrou faturamento de R$ 35 milhões no ano passado, mais de duas vezes os R$ 14,5 milhões de 2010.

O empresário credita o crescimento a decisão correta tomada em momento difícil:

“É preciso analisar o mercado e ir mudando junto com ele. Se eu não tivesse feito isso, já teria fechado as portas.”

 

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Brasileiro vai ao Vaticano apresentar iniciativas para fortalecer projetos sociais https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/03/14/brasileiro-vai-ao-vaticano-apresentar-iniciativas-para-fortalecer-projetos-sociais/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/03/14/brasileiro-vai-ao-vaticano-apresentar-iniciativas-para-fortalecer-projetos-sociais/#respond Tue, 14 Mar 2017 14:48:01 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=557 Depois de construir com o irmão uma rede de clínicas odontológicas, O empreendedor pernambucano Fábio Silva, 39, deixou para trás sua carreira de empresário e passou a se dedicar ao fomento do trabalho voluntário e da profissionalização das ONGs.

A vocação para o empreendedorismo social foi descoberta durante mestrado em teologia e posta em prática pela primeira vez após enchente que provocou tragédias no Recife, em 2010.

Seus projetos conquistaram apoio de governos e empresas e já chamou a atenção do Departamento de Estado dos EUA e do Vaticano.

Entre suas iniciativas estão o desenvolvimento de um portal na internet, o Transforma, que faz a conexão entre quem quer ser voluntário, mas não sabe que trabalho oferecer nem para quem, com ONGs que precisam de ajuda.

O empreendedor social Fábio Silva, 39, criador do Transforma e do Porto Social (Isly Viana/divulgação)

O projeto, lançado há dois anos no Recife, em parceria com a prefeitura da cidade, acumula 85 mil voluntários cadastrados e 420 ONGs beneficiadas.

O serviço está aberto aos mais diferentes tipos de trabalho, de acordo com a habilidade que o voluntário possui. A ajuda pode ser desde consultoria jurídica ou apoio médico até trabalho em reformas,conta Silva.

“Não é fácil se engajar, exercer sua cidadania. Os canais para fazer isso no Brasil não são claros, nem sempre o interessado sabe onde procurar.”

Em expansão, o serviço também funciona nas cidades de Campinas (SP), Petrópolis (RJ), Cuiabá (MT), Salvador (BA) e Campina Grande (PB). Quarenta profissionais trabalham na empresa.

Outra iniciativa de Silva é o Porto Social, que transporta para o mundo das ONGs o modelo de aceleração de empresas, comum no ambiente de start-ups.

Lançada em 2016 e bancada a partir de patrocínios, a iniciativa apoia 50 instituições oferecendo espaço para trabalho e consultorias. A organização pretende levar conhecimentos e práticas do mundo empresarial para o cotidiano dessas instituições, incentivando-as a adotar planejamento e metas.

As mudanças passam inclusive pelo vocabulário usado por elas.

“Quem atua em ONGs está acostumado a falar mais em ações e menos em trabalho. Queremos ajudar toda essa turma a cuidar da parte jurídica, contábil, captação de recursos, planejamento estratégico, com,unicação.”

NOVA CARREIRA

A transformação na carreira de Silva começou a se desenhar em 2009, quando ele, que é protestante, era aluno de um curso de mestrado em teologia na cidade de Sorocaba (SP).

Em sua dissertação, escreveu sobre movimentos da sociedade civil e desenhou ali o embrião do que seria o primeiro projeto] de sua carreira na área social,  o Novo Jeito, uma organização que, como ele faz ainda hoje, conectaria quem precisava de ajuda com quem pudesse ajudar.

A ideia começou a ser colocada em prática quando fortes chuvas causaram destruição nas cidades de Barreiras e Palmares, no Recife, em 2010.

Silva conta que um grupo de estudo bíblico que se reunia em sua casa decidiu ajudar. Descobriram que o item mais necessário para os afetados pela tragédia eram colchões e começaram um programa de arrecadação de fundos usando todas as ferramentas a disposição, do boca a boca a listas de e-mails pela internet.

“De modo bem informal, concentrando o dinheiro na poupança de um amigo, arrecadamos R$ 100 mil, que viraram sete caminhões carregados de colchões”, conta.

O grupo foi se fortalecendo e as ações se diversificando. Silva. conta que o Novo Jeito promovia doação de cadeira de rodas, apoio a creches, construção de poços, buscava arquitetos para reformar hospitais.

Ele diz que levava a carreira anterior em paralelo a sua ONG, mas, aos poucos, foi se sentindo mais ativista do que empresário:

A dedicação integral ao empreendedorismo social veio após Silva receber convite do Departamento de Estado dos EUA para participar de programa para empoderamento de líderes sociais, em 2013.

Lá, ele teve contato com fundos, ativistas e ONGs e percebeu as possibilidades de parcerias que poderiam ser firmadas com governos e empresas. Dali em diante deixou as atividades empresariais, que passaram a ser tocadas apenas por seu irmão, dentista e sócio no negócio.

Silva afirma que a mudança foi mais difícil para familiares e amigos do que para ele próprio.

“Meus amigos achavam que não poderíamos tomar mais vinho juntos, que eue stava louco. Mas pensei, para que eu preciso de tanta coisa?”

PAPA

A recente aproximação de Silva com o Vaticano foi resultado da busca do empreendedor por mais voluntários.

“Procurei a arquidiocese de Recife e Olinda por ver que haviam 128 igrejas nesse raio. Todo domingo, eles distribuem quase 100 mil boletins. Sugeri que houvesse ali uma divulgação de oportunidades trabalho voluntário no Recife.”

Em uma reunião entre Silva e líderes da igreja na região, um dos presentes sugeriu que a ideia deveria ser encaminhada a projeto ao papa Francisco, que estava montando grupo de pacificadores e  empreendedores sociais.

“Ele disse que meu nome seria muito forte. Não imaginava que isso pudesse acontecer, dei uma risada. Mas ele falou para mandar um material em inglês que eles enviariam para o vaticano.”

Para sua surpresa, em meados de fevereiro, Silva recebeu comunicado de que o papa gostaria de conhecê-lo no início de abril.

Silva afirma que, se tiver oportunidade, gostaria de pedir ao líder religioso que seguisse apoiando o voluntariado.

“Eu não acredito mais na transformação do país a partir do modelo da antiga Democracia. Ali, se acredita na mudança apenas através do voto e da cobrança. Acredito que a transformação está ligada ao nível de engajamento da sociedade.”

 

LEITOR

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Brasileiras dão volta ao mundo em busca de histórias de mulheres empreendedoras https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2016/12/05/brasileiras-dao-volta-ao-mundo-em-busca-de-historias-de-mulheres-empreendedoras/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2016/12/05/brasileiras-dao-volta-ao-mundo-em-busca-de-historias-de-mulheres-empreendedoras/#respond Mon, 05 Dec 2016 17:22:47 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=469 Fernanda Moura (a esq.) e Tassiana Mello, do Girls on the Road, em café na China (divulgação)
Fernanda Moura (a esq.) e Taciana Mello, do The Girls on the Road, em café na China (divulgação)

 

Duas brasileiras estão dando a volta ao mundo em busca de histórias inspiradoras de mulheres que estão à frente de negócios.

Idealizadoras da iniciativa “The Girls on the Road” (garotas na estrada), Taciana Mello, 47, e Fernanda Moura, 42, deixaram carreiras executivas em grandes consultorias internacionais e agora estão no meio de jornada que passará por ao menos 15 países, em 5 continentes,  no decorrer de um ano.

Em cada visita, elas entrevistam empreendedoras e figuras importantes do mercado local (investidores, empresários, responsáveis por ONGs, professores, etc).

O projeto recebeu o nome de “F♀unders” (fundadoras).

Ele deve dar origem a um documentário e séries que serão publicados na internet na metade de 2017. Algumas entrevistas já podem ser encontradas, em inglês, na página da Girls on the Road no Facebook, em https://www.facebook.com/thegirlsontheroad.

Desde julho, a dupla já passou por Estados Unidos, Canadá, México, Japão, Coreia do Sul, China e Cingapura. Nessa jornada, ouviram histórias de 115 empreendedoras.

Em entrevista que as duas concederam ao Plano de Negócios, falando via Skype das Filipinas, Moura conta que a ideia para o projeto surgiu enquanto elas estudavam em Berkeley, na Califórnia (EUA).

“Começamos a perceber que raramente encontrávamos empresas lideradas por mulheres. Fomos ver estudos internacionais sobre o assunto e percebemos que, no mundo inteiro, elas estavam em menor número do que os homens.”

Um dos motivos para isso é a falta de exemplos que incentivassem mais empreendedoras, diz Mello. Dessa conclusão veio a ideia de filmar e mostrar histórias que pudessem ajudar novas empresárias.

DESTINOS

A escolha dos países por onde a dupla deve passar levou em conta os diferentes tipos de empreendedorismo, setores e culturas que são mais frequentes em cada um deles.

Em países africanos, por exemplo, elas esperavam encontrar mais empreendedoras que assumiram a frente de um negócio por necessidade financeira.

Em oposição, o empreendedorismo que elas esperam ver na Europa é o chamado “por oportunidade”, mais ligado à descoberta de lacunas no mercado e à realização pessoal do que à subsistência.

Para chegar até as empreendedoras, a dupla busca indicações junto a organizações de apoio ao empreendedorismo em cada país. Também funciona muito o contato via LinkedIn. “Praticamente 100% de nossas solicitações são aceitas”, diz Mello.

Fernanda Moura, do Girls on the Road, em entrevista na China (divulgação)
Fernanda Moura, do Girls on the Road, em entrevista na China (divulgação)

DESAFIOS GLOBAIS

Ela conta que, durante a viagem, passou a perceber sua situação como privilegiada em comparação com a de empreendedoras de outros países.

Temos oportunidade de escolhermos que opções seguir. Em outros países mais avançados em outros aspectos, como o Japão, as mulheres se sentem muito presas. Há pressão para que elas casem, tenham filhos, e, a partir daí, não trabalhem mais, mesmo que sejam extremamente capacitadas.”

Moura confirma a percepção citando caso encontrado na Coreia do Sul:

“Entrevistamos uma sul-coreana que sempre teve o desejo de estudar inglês. Quando pediu para fazer aulas para a mãe, ouviu que já se havia investido muito dinheiro na educação dela, mais do que isso seria desperdício, pois
a filha iria casar e não iria adiantar nada o esforço.”

No geral, percebe-se que em quase todo país a mulher precisa dar mais justificativas do que o homem para se tornar empreendedora, tem mais dificuldade para acessar crédito e investimentos e tem de lidar com a obrigação de dividir o tempo entre empresa e cuidados com a casa e a família, explica a dupla.

Uma surpresa das viajantes, veio da China, país onde, segundo elas, a desigualdade de oportunidades para homens e mulheres é menor, ao menos em cidades como Pequim e Xangai.

A hipótese de Mello e Moura é que, devido a política do filho único que, por mais de 30 anos, impediu casais de terem mais de um filho, levou a uma criação mais parecida para meninos e meninas.

“Essas cidades estão muito voltadas ao capitalismo, há um investimento enorme para desenvolvimento de empresas e as empreendedoras são muito bem qualificadas”, diz Moura.

COISA DE MULHER?

Quando mulheres empreendedoras superam as barreiras impostas a elas, há espaço para quebra de paradigmas.

Mello destaca a entrada de mulheres em segmentos que antes eram associados apenas a empresários.

“Já entrevistamos mulheres que trabalham com inteligência artificial, indústria, engenharia, agricultura. Temos visto mulheres de todas as cidades se lançando nas áreas mais distintas”, diz.

Tassiana Mello em entrevista nos EUA (divulgação)
Taciana Mello em entrevista nos EUA (divulgação)

SEM CONFORTO

A maior parte das despesas do projeto está sendo bancada por Mello e Moura, o que implica controle de orçamento e viagens sem preocupações com muito conforto:

“Já chegamos em casas alugadas pelo Airbnb, depois de 20 horas sem dormir, e vimos que tudo ali era horrível, que não tinha nada a ver com a imagem que estava no site”, conta Mello.

Antes de iniciar a empreitada, elas fizeram uma campanha de financiamento coletivo para comprar equipamentos de gravação, que elas mesmas operam.

“Jogamos nas 11 posições, tivemos de aprender como filmar, cuidar do som, da luz, carregar equipamento”, diz Moura.

Elas buscam novos patrocínios e parcerias para viabilizar a continuidade do projeto no próximo ano.

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