Após perder 20 quilos, psicóloga fatura R$ 100 mil ao mês com clínica de emagrecimento

Filipe Oliveira
Francielli Gonçalves, psicóloga e criadora da Eu Magro
Francielli Gonçalves, psicóloga e criadora da Eu Magro

Chegar a forma física desejada após anos de frustração foi o primeiro passo para o início da carreira empresarial da psicóloga Francielli Gonçalves, 32, criadora da clínica Eu Magro, de Cascavel (PR).

Há três anos e meio, pouco após o nascimento de seu segundo filho, ela chegou a ficar 20 quilos acima de seu peso ideal. Tentativas de emagrecer eram frequentes em seu passado, mas ou não davam resultados ou ela voltava a ganhar peso rapidamente, conta.

Segundo Gonçalves, estar acima do peso atrapalhava inclusive sua atuação profissional:

“Eu tinha em meu consultório pacientes que queriam emagrecer. E pensava: ‘como vou ser uma referência para eles, se eu mesma estou acima do peso?”

Ela diz que um sonho deu início ao projeto pessoal e profissional que empreendeu mais tarde:

Dormi e vi muito do que construí hoje. Eu estava magra, ajudando pessoas em uma academia. Acordei as 4h30. Estava na casa da minha sogra. Anotei tudo o que tinha visto naquela hora mesmo.”

Para atingir esse objetivo, Gonçalves decidiu colocar a prova o que aprendeu na faculdade. Montou uma lista de 45 técnicas que acreditava que poderiam ajudar no emagrecimento e começou a testar sua aplicação em si mesma.

A lista incluía uma rotina de exercícios (Gonçalves passou a correr com o marido, alcançando distâncias de até 21 quilômetros) e artifícios para desmotivar o hábito da alimentação sem regras. Um deles era fixar uma foto que não gostava na porta da geladeira, para ser vista toda vez que a tentação de uma guloseima viesse.

Conforme o processo dava resultados, a mudança de Gonçalves passou a ser notada pelos pacientes. Um deles, que pesava 120 quilos, inclusive pediu à psicóloga para ser submetido ao mesmo tratamento pelo qual ela estava passando. Gonçalves aceitou.

A terapia com o paciente passou a acontecer na rua e em parques, em meio a caminhadas e corridas. Ele perdeu 45 quilos em oito meses, conta a empresária.

Em 2014, um ano depois do início do processo de emagrecimento de Gonçalves e após outros clientes atendidos, a empresa havia tomado forma e passou a ocupar um espaço com 300 metros quadrados,. A clínica inclui, desde então, 11 funcionários, entre eles professor de educação física, esteticista e nutricionista.

Gonçalves diz que um dos motivos de ela ter decidido pelo empreendedorismo está na chance que ele traz para que se possa ganhar mais, sem as limitações impostas por um consultório.

“Quando trabalhava sozinha, não faturava mais do que R$ 3 mil por mês. Não me contentava com aquilo. Queria faturar 100 mil reais.”

Hoje, ela conta que a empresa fatura R$ 1,2 milhão ao ano, R$ 100 mil ao mês. Gonçalves está pesando 57 quilos e mede 1,72 metros.

O SERVIÇO

Como no seu início, a base do tratamento da Eu Magro segue sendo a psicologia, que é aplicada em sessões individuais e em grupo.

As técnicas testadas por Gonçalves em seu próprio tratamento seguem em uso. Quando um cliente consegue perder algum peso, ele é incentivado a carregar uma mochila com quantidade de quilos igual a eliminada, em uma atividade em grupo, como forma de motivação para a continuidade do processo, conta.

A companhia também oferece serviços de nutricionista, aulas de culinária light, academia e grupos de corrida.

Cada cliente passa por uma avaliação e monta um pacote de atendimento com diferente quantidade de sessões de cada um desses serviços de acordo com seu perfil.

EXPANSÃO

A Eu Magro começou a vender franquias em 2016 e espera ter quatro em funcionamento até o final do ano.

Três delas serão no Paraná (Maringá, Toledo e Londrina) e outra na capital paulista.

O marido de Francielli, Rafael Gonçalves, 33, agrônomo, no início não participava diretamente do projeto. Há um ano, ele deixou suas atividades anteriores para ajudar na administração e no processo de expansão da empresa.

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