Universitários levam empreendedorismo a pessoas com transtornos mentais

Filipe Oliveira
Participantes do projeto Teia e empreendedora em oficina de costura
Participantes do projeto Teia e empreendedora em oficina de costura

Um grupo de 65 alunos da Universidade Federal do ABC está levando formação em empreendedorismo para pessoas em tratamento devido a transtornos mentais.

A partir do Projeto Teia, eles vêm trabalhando junto a dois centros de tratamento do Nupe (Núcleo de Projetos Especiais de Santo André), dedicados a reinserção desses pacientes na sociedade.

Guilherme Paradiso, 26, líder do projeto e aluno do curso de engenharia de gestão, conta que a formação em empreendedorismo ajuda a aumentar o impacto dos cursos profissionalizantes e das atividades que os pacientes têm acesso no centro de reabilitação, dando oportunidade de renda para essas pessoas no futuro.

Entre as atividades oferecidas pelo Nupe estão artesanato, culinária, marcenaria, costura, orquicultura, serigrafia e fotografia.

O Projeto Teia vem somar oferecendo capacitações em áreas como gestão, marketing digital, computação, precificação e técnicas de produção, conta Paradiso.

Segundo ele, de julho de 2015 a julho de 2016, 63 pacientes foram impactados pelo projeto. A renda obtida pelos pacientes com a venda de produtos dobrou em relação a obtida no ano anterior, chegando a R$ 31 mil.

Atualmente são oito empreendimentos mantidos pelos pacientes. Informações e novidades relacionados a todos eles podem ser encontradas na página www.facebook.com/teiadetrabalho.

O mais recente deles é o Fazendinha, lançado em maio, dedicado à entrega de alimentos saudáveis em Santo André, preparados pelos pacientes. Os pedidos podem ser feitos pela WhatsApp e pela internet, em http://www.fazendinhadelivery.com.

Paradiso conta que o próximo objetivo do Teia é criar cooperativas formadas pelas pessoas que participaram das capacitações.

Mesmo após os tratamentos, quem fez parte da Teia deve continuar nos empreendimentos, diz Paradiso.

“Queremos que tudo funcione como uma empresa. As pessoas chegam buscando tratamento, mas a Teia vai oferecer oportunidade de renda para o futuro delas.”

Paradiso afirma que é possível ampliar o alcance da iniciativa do grupo:

“São milhões de pessoas que sofrem com transtornos mentais, todo mundo tem um parente ou conhecido que passa por isso. O potencial desse projeto pelo país inteiro é imenso. Nossa ideia é trabalhar isso em escala maior daqui para frente.”

Os universitários participam do projeto voluntariamente.

PRÊMIO

Universitários participantes do Projeto Teia na final do Campeonato Enactus
Universitários participantes do Projeto Teia na final do Campeonato Enactus

O Projeto Teia ganhou em julho concurso nacional promovido pela Enactus, organização internacional sem fins lucrativos de fomento ao empreendedorismo social em universidades. Ele competiu com outras 45 iniciativas.

Agora ele irá concorrer com outros projetos na edição mundial da competição da Enactus, em Toronto (Canadá), entre os dias 28 e 30 de setembro.