Criador de start-up com clientes em 140 países dá dicas para ser internacional

Filipe Oliveira
Alessio Alionco, fundador da Pipefy
Alessio Alionco, fundador da Pipefy

Competir apenas no Brasil raramente é uma opção para quem tem uma empresa de tecnologia. Em um setor dinâmico e globalizado como esse, o risco de um competidor internacional surgir e dominar o mercado brasileiro é sempre alto.

A solução: em vez de esperar a concorrência chegar, ter uma empresa internacional desde sua fundação.

Essa é a opinião do empresário Alessio Alionco, 29, fundador da start-up Pipefy, que desenvolve softwares para organizar o gerenciamento de processos e rotinas empresariais.

A ferramenta é usada em áreas como recursos humanos, tecnologia da informação, compras e atendimento.

A companhia, com escritórios em Curitiba desde 2014, tem 60% de seus cerca de 30 mil clientes fora do Brasil, espalhados em 140 países.

Segundo Alionco, os segredos para conseguir ser internacional são pensar globalmente desde o primeiro dia e não deixar a insegurança para falar inglês travar a empresa.

“é muito fácil começar pensando em atender só o Brasil, com a promessa de expandir para fora se tudo der certo. A verdade é que,, na prática, a pessoa que trabalha assim vai ficar tão envolvida nos desafios locais que dificilmente vai pensar em expandir.”

Veja dicas que ele dá para outros empreendedores:

1) Nome internacional
Escolha um nome que seja fácil de lembrar e pronunciar por quem fala inglês e outras línguas.

2) Sem “enrolation”
A equipe da empresa deve ser realmente fluente em outros idiomas. É comum candidatos colocarem no currículo que falam inglês e, na hora em que precisam fazer isso, não sair nada.

3) Abertura
Investidores de outros países preferem apostar em companhias que foram formalizadas no país em que eles vivem, por assim lidarem com regras que conhecem. O serviço Stripe Atlas (https://stripe.com/atlas) ajuda empreendedores que querem abrir empresa e conta bancária nos Estados Unidos pela internet.

4) Para inglês ler
Todas as páginas da empresa, incluindo em redes sociais, devem funcionar prioritariamente em inglês. Nada de fazer o cliente estrangeiro ter que clicar em bandeirinha para traduzir o site, isso irá espantá-lo. Ele não precisa saber de onde é sua empresa assim que abre o site.

5) Revisão
Contrate pessoas ou serviços especializados para checar se a empresa não cometeu erros de ortografia ou gramática em suas comunicações. Vale usar sites para contratação de free-lancers para isso.

6) Divulgação
Quando você é internacional, a quantidade de clientes disponíveis é muito maior. Busque eles em fóruns, sites e páginas em redes sociais dedicadas ao nicho que seu produto atende. Assim, você irá gastar menos com marketing do que se investisse só no Brasil.

7) Contatos
Busque aliados e conselheiros em outros países. Uma forma de chegar até eles é a partir de  programas de aceleração de empresas (que oferecem mentoria, investimento e estrutura para companhias iniciantes). A Pipefy, por exemplo, foi acelerada pela 500 Startups, nos Estados Unidos.