Empresa aposta no conserto de celulares em casa
Alexandre Oliveira, 39, cofundador da 99celulares, diz que um celular com defeito está se tornando algo cada vez mais intolerável. “Já fiquei duas semanas sem geladeira. Dá pra sobreviver. Sem televisão é a mesma coisa. Mas você não fica duas semanas sem celular. Sem ele, você se isola do mundo.”
Por outro lado, buscar conserto para esses aparelhos costuma ser uma experiência desagradável. Coisas que pareciam simples podem demorar dias para serem resolvidas em assistências técnicas, diz.
Dessas duas observações veio a ideia da 99celulares, empresa lançada em janeiro que usa a internet para possibilitar a contratação de técnicos que fazem atendimento em casa ou no trabalho.
A companhia trabalha com aparelhos das marcas Apple, Samsung e Motorola.
no site da 99celulares, o cliente informa qual seu aparelho e qual o problema dele, A partir daí, a plataforma da empresa indica profissionais próximo ao cliente para atendê-lo, junto com o preço que cada um deles cobra pelo serviço.
Os técnicos que trabalham junto a empresa são autônomos. Passam por testes e treinamentos antes de serem incluídos na rede da 99celulares, diz Oliveira.
Atualmente são 200 cadastrados, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. A empresa informa que fez 5 mil consertos no primeiro trimestre deste ano.
PEÇAS
Uma diferença da 99celulares em relação a outras plataformas que unem prestadores e clientes (como o Uber) está no modo como a empresa ganha dinheiro.
A companhia não cobra comissão dos técnicos que fazem os consertos. Em vez disso, importa componentes para celulares, principalmente da China, e vende para eles, ficando com o lucro da operação.
A distribuição de peças é estratégica no atendimento rápido ao cliente, explica Oliveira.
A 99celulares mantém registro de quais peças cada técnico possui e, quando recebe solicitação de conserto, considera quem tem o melhor estoque para a solicitação do cliente em sua indicações, como forma de agilizar a solução do problema.
“Nas linhas de aparelhos com as quais trabalhamos, existem mais de 300 peças diferentes. É impossível que um técnico tenha todas elas em mãos. Por isso é tão comum que as lojas peçam sempre um tempo para fazer os consertos.”
Foram investidos R$ 1 milhão para a abertura da companhia, incluindo recursos dos sócios e de investidores.