Inteligência artificial é usada para identificar potencial de novas empresas

Filipe Oliveira
Empreendedor responde a questões feitas por máquina em competição de start-ups promovida pela Telefónica em Valência (divulgação.)
Empreendedor responde a questões feitas por máquina em competição de start-ups promovida pela Telefónica em Valência (reprodução.)

Descobrir qual start-up terá sucesso e qual empresa tem mais chances de fracassar entre as milhares  de companhias iniciantes buscando recursos é uma tarefa que envolve muito trabalho de investidores e gestores de fundos de capital de risco.

E, mesmo após rigorosa análise, os mais experientes desses especialistas não estão imunes a erros de avaliação.

Com o objetivo de diminuir as falhas do processo e dar a ele mais agilidade, a inteligência artificial começa a ser testada como forma de melhorar os resultados dessa filtragem.

Nesta sexta-feira, a empresa norte-americana BigML, especializada em desenvolver plataformas no segmento de inteligência artificial,  em parceria com a Telefónica e a Vivo farão uma competição que avaliará o potencial de quatro empresas iniciantes. Para isso, vão usar uma máquina inteligente, que roda o software PreSeries , desenvolvido pelas companhias.

Os competidores farão uma apresentação de suas ideias para o público e a máquina em poucos minutos. Em seguida, o computador faz perguntas curtas, a partir de voz artificial, como “Qual valor a companhia já recebeu em investimentos?” e “Quantos anos de experiência o fundador teve como presidente de empresa?”, por exemplo.

As questões são respondidas em voz alta e as informações  identificadas pelo aparelho, que dá uma nota indicando o potencial da empresa.

A empresa melhor pontuada na competição desta sexta-feira ficará seis meses na aceleradora Wayra, da Telefónica, onde receberá ajuda para desenvolver seus projetos. Dependendo de avaliação durante esse período, a companhia pode receber US$ 50 mil em investimento do grupo.

É a terceira vez que o sistema é usado em competições do gênero promovidas pela Telefónica. Outras edições ocorreram em Boston (EUA) e Valência (Espanha).

ESTATÍSTICA

 

Francisco Martin, presidente da BigML, diz que o software de sua empresa compara as informações de cada start-up que analisa com dados e histórico de outras milhares de companhias.

A partir dessa base de dados, o sistema analisa centenas de variáveis e como elas impactam as chances de sucesso. Entre os pontos considerados estão questões como o número de fundadores, suas formações, mercado em que querem atuar e a quantidade de empresas investidas nele,

Segundo Martin, é comum que a intuição humana seja tendenciosa e inconscientemente enviesada no momento em que analisa um projeto, levando em conta questões não tão relevantes, como as conexões que o empreendedor tem e quem o indicou.

Martin diz acreditar que sua tecnologia trará desconfiança de muitos no início, mas, com o passar do tempo, pode se tornar algo natural.

“É como quando surgiram as calculadoras. Era comum desconfiar e refazer as contas na mão para ter certeza de que a máquina estava certa.”

Além disso, diz Martin, máquinas dotadas de inteligência artificial tendem a se tornar cada vez mais eficientes com o passar do tempo.

“Elas podem identificar quando fazem algo errado e aprendem para não repetir o erro. Nós, humanos, podemos repetir um erro mais de uma vez.”

 

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