Inteligência artificial é usada para identificar potencial de novas empresas
Descobrir qual start-up terá sucesso e qual empresa tem mais chances de fracassar entre as milhares de companhias iniciantes buscando recursos é uma tarefa que envolve muito trabalho de investidores e gestores de fundos de capital de risco.
E, mesmo após rigorosa análise, os mais experientes desses especialistas não estão imunes a erros de avaliação.
Com o objetivo de diminuir as falhas do processo e dar a ele mais agilidade, a inteligência artificial começa a ser testada como forma de melhorar os resultados dessa filtragem.
Nesta sexta-feira, a empresa norte-americana BigML, especializada em desenvolver plataformas no segmento de inteligência artificial, em parceria com a Telefónica e a Vivo farão uma competição que avaliará o potencial de quatro empresas iniciantes. Para isso, vão usar uma máquina inteligente, que roda o software PreSeries , desenvolvido pelas companhias.
Os competidores farão uma apresentação de suas ideias para o público e a máquina em poucos minutos. Em seguida, o computador faz perguntas curtas, a partir de voz artificial, como “Qual valor a companhia já recebeu em investimentos?” e “Quantos anos de experiência o fundador teve como presidente de empresa?”, por exemplo.
As questões são respondidas em voz alta e as informações identificadas pelo aparelho, que dá uma nota indicando o potencial da empresa.
A empresa melhor pontuada na competição desta sexta-feira ficará seis meses na aceleradora Wayra, da Telefónica, onde receberá ajuda para desenvolver seus projetos. Dependendo de avaliação durante esse período, a companhia pode receber US$ 50 mil em investimento do grupo.
É a terceira vez que o sistema é usado em competições do gênero promovidas pela Telefónica. Outras edições ocorreram em Boston (EUA) e Valência (Espanha).
ESTATÍSTICA
Francisco Martin, presidente da BigML, diz que o software de sua empresa compara as informações de cada start-up que analisa com dados e histórico de outras milhares de companhias.
A partir dessa base de dados, o sistema analisa centenas de variáveis e como elas impactam as chances de sucesso. Entre os pontos considerados estão questões como o número de fundadores, suas formações, mercado em que querem atuar e a quantidade de empresas investidas nele,
Segundo Martin, é comum que a intuição humana seja tendenciosa e inconscientemente enviesada no momento em que analisa um projeto, levando em conta questões não tão relevantes, como as conexões que o empreendedor tem e quem o indicou.
Martin diz acreditar que sua tecnologia trará desconfiança de muitos no início, mas, com o passar do tempo, pode se tornar algo natural.
“É como quando surgiram as calculadoras. Era comum desconfiar e refazer as contas na mão para ter certeza de que a máquina estava certa.”
Além disso, diz Martin, máquinas dotadas de inteligência artificial tendem a se tornar cada vez mais eficientes com o passar do tempo.
“Elas podem identificar quando fazem algo errado e aprendem para não repetir o erro. Nós, humanos, podemos repetir um erro mais de uma vez.”
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