Empresa quer promover empréstimos entre investidores e universitários

Filipe Oliveira
Paulo David (primeiro à esq.), junto a equipe da empresa Biva (divulgação)
Paulo David (à esq.), junto a equipe da empresa Biva (divulgação)

start-up Biva quer que investidores apliquem seu dinheiro em empréstimos para quem quer cursar uma faculdade.

A empresa promove desde 2015  modalidade de empréstimo conhecida como “peer to peer” (ponto a ponto, em tradução livre), na qual pessoas emprestam dinheiro entre sí a partir de uma plataforma na internet.

A Biva iniciou suas atividades aproximando pequenas empresas, que muitas vezes tem dificuldades para acessar crédito, e investidores.

Paulo David, 27, cofundador da empresa, afirma que a diminuição do acesso de alunos ao Fies (Fundo de Financiamento Estudantil)  abriu espaço para que a empresa levasse crédito para alunos que queriam estudar, mas deixaram de ter condições de financiamento.

A Folha mostrou em agosto que novas restrições para obtenção do financiamento vêm diminuindo a adesão ao programa.

Em 2015, 8% das vagas disponíveis no Fies não foram preenchidas. No primeiro semestre de 2016, esse índice subiu para 41%, atingindo 102 mil das 250 mil vagas divulgadas.

A Biva trabalha no desenvolvimento do modelo há seis meses, conta David.

A ideia do empresário é formar grupos de alunos que queiram cursar determinada faculdade, fazer uma análise de crédito para verificar sua capacidade de pagamento e apresentá-los em conjunto à instituição de ensino onde eles querem estudar e aos investidores.

A ideia é que o negócio aconteça de modo parecido ao que já ocorre nos sites de financiamento coletivo ou em fundo de investimentos: grupos de vários alunos sendo financiados por vários investidores em conjunto.

A taxa de juros na operação deve ficar em torno de 1,7% ao mês, em empréstimos com prazo de pagamento de até 10 anos.

Na proposta de David, a universidade recebe o dinheiro de todo o semestre adiantado. Porém, caso haja inadimplência no pagamento das parcelas aos investidores, ela faz o repasse no lugar do aluno e arca com a perda.

Segundo David, a oportunidade que o modelo trará de aumentar a quantidade de alunos matriculados nas faculdades deve tornar interessante para as instituições assumir esse risco. A ideia é que, mesmo que alguns alunos fiquem inadimplentes, os que pagarem em dia irão compensar a perda com os que não pagam.

Para tentar demonstrar às universidades o interesse do público pela ideia, a Biva começou campanha na internet para conseguir assinaturas de alunos que gostariam de ser financiados a partir do modelo.

Em cerca de três semanas no ar, o abaixo-assinado recebeu mais de 1.200 assinaturas, indica o site da empresa. Interessados podem saber mais neste link.

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