Desafio de morar só dá origem a franquia de assinatura de roupa passada

Filipe Oliveira

Sair da casa dos pais e descobrir um dos desafios de se virar sozinho ajudou o empresário Claudio Ramos, 31, a identificar uma lacuna no mercado.

Em 2011, ele mudou-se de Guararema (SP) para Mogi das Cruzes, no mesmo Estado, e passou a estudar administração e trabalhar no Sebrae, o que exigia roupa social. Porém ele não tinha uma solução prática e barata para passar as camisas:

“Por um lado, era muito caro levar as roupas para uma lavanderia e, por outro, como eram poucas camisas, não faria sentido contratar uma diarista”, diz.

Com seus colegas muitas vezes, o cenário era o mesmo: havia uma máquina de lavar em casa, mas não uma
pessoa preparada para passar a roupa.

A percepção do problema evoluiu com o tempo e virou negócio: uma franquia que oferece roupas passadas a partir de unidades de baixo custo.

Ele fundou em 2016 a empresa Mania de Passar, rede de microfranquias que oferece planos de assinatura que tem custo variável, de acordo com número de peças enviadas por mês.

Claudio Ramos, 31, fundador da rede de microfranquias Mania de Passar (Divulgação)

Por R$ 30 por semana o consumidor tem direito a 15 peças passadas. Quem paga R$ 95 pode enviar até 80 peças no período.

Em geral, o próprio franqueado é responsável por cuidar do dia a dia do negócio, tocado a partir de casa. As tarefas incluem a logística (levar e buscar as roupas) e passar as peças.

Cada franquia atende clientes que ficam em até 1,5 quilômetro de distância.

Mas passar roupas em casa já é algo feito com frequência como forma de consegui renda. A novidade da franquia, segundo Ramos, está no apoio à profissionalização que a franquia promete.

quem investe no negócio recebe instruções e treinamentos para passar roupa, atender clientes e gerir o negócio  adequadamente e tem ajuda na obtenção de clientes, especialmente a partir de investimentos em marketing na internet feitos pela empresa, diz. “Temos metodologia própria de passar, dobrar, colocar o cheirinho certo”.

A primeira franqueada, que cuidou da unidade piloto durante os primeiros meses de testes da operação, é a responsável por certificar os novoss franqueados.

Segundo Ramos, metade dos franqueados é formada por homens, apesar da existência do preconceito de que atividades domésticas são realizadas por mulheres. “Eles se identificam com a ideia como clientes e, depois, percebem que é uma chance de ganhar dinheiro”, diz.

O investimento inicial para fazer parte da rede é de aproximadamente R$ 20 mil e dá direito a material para trabalho, incluindo ferro fornecido pela empresa.

A empresa recebeu apoio da Oxigênio, aceleradora de empresas ligada à Porto seguro.

A companhia iniciou o ano com 5 unidades e, neste ano, foram fechados 58 novos contratos com franqueados, conta Ramos.

Para ninguém pensar que o negócio é apenas um luxo de quem não queria ter trabalho, Ramos garante que aprendeu a passar roupas também.

“Tenho capacidade de passar bem uma camisa social para meu uso e para os clientes. Depois que eu comecei a empresa, achei que isso era importante.”

DICA

Antes de investir em uma franquia, é recomendável que o interessado leia documentos fornecidos pelo franqueado e que detalhem seus direitos e deveres como membro da rede. O principal deles é a Circular de Oferta.

Especialistas também indicam ao investidor que converse com franqueados atuais da empresa, para entender o funcionamento do negócio no dia a dia e verificar seu nível de satisfação com o apoio recebido.

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