Easy desiste de carros particulares e volta a oferecer só táxis no Brasil
Um ano depois de lançar o serviço de motoristas particulares Easy Go para concorrer com a Uber, a empresa Easy decidiu voltar às origens e oferecer apenas transporte por táxis via aplicativo.
A notícia começou a ser comunicada aos motoristas na última segunda-feira (11) e a categoria será descontinuada a partir do dia 18.
Fernando Matias, presidente da Easy para o Brasil, diz que o serviço de carros particulares foi lançado junto com outras iniciativas da empresa, incluindo a disponibilização de 30% de desconto nas corridas de táxi.
Com o passar do tempo, a Easy chegou a conclusão de que a aposta nos taxistas foi a que gerou melhores resultados, diz.
Além disso, a companhia também avaliou que não vinha fornecendo o atendimento ideal para os clientes do Easy Go.A partir daí, chegou-se a conclusão de que seria mais eficaz se preocupar apenas com a categoria onde a empresa é mais forte do que dividir energias em duas frentes.
A empresa hoje conta com 158 mil taxistas cadastrados, de 300 cidades. Na categoria particular, eram 29 mil, de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
VOLTA AO PASSADO?
Questionado sobre o motivo de retomar a aposta em serviço que muitos acreditam estar perdendo espaço, Matias diz que, diferentemente do que acontecia no ano passado, o ganho de mercado do carros particulares se estabilizou, inclusive com passageiros deixando de usá-lo, devido a falta de rigor no cadastramento de motoristas e qualidade do atendimento irregular.
Segundo ele, a flexibilização de regulamentações do táxi e o aumento da tecnologia disponível para o serviço pode mantê-lo competitivo no longo prazo.
Seria possível, por exemplo, usar dados das corridas dos aplicativos para dar ao município maior conhecimento sobre o atendimento prestado pelo motorista e, com isso, melhorar sua qualificação.
Outros benefícios do táxi que poderiam ser ampliados seriam a integração com meios de pagamento do transporte público (como o Bilhete único), o acesso privilegiado a localizações como saídas de metrô e estações rodoviárias e uso de faixas exclusivas para ônibus, como ocorre em São Paulo, diz Matias.
A empresa também estuda a adoção de preços dinâmicos, que variam conforme a oferta e a demanda do serviço, afirma o executivo. A ferramenta já existe em escala menor na plataforma. Quando a demanda está alta, a categoria de táxis com corridas mais baratas pode ter o percentual de desconto menor do que os 30% habituais.
FUSÃO
Em junho, a Easy passou por uma fusão com a empresa espanhola Cabify, que oferece o serviço de carros particulares.
Matias nega que o encerramento do Easy Go tenha relação com o movimento. Segundo ele, as duas empresas são totalmente independentes, apenas compartilham investidores comuns.
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