Governo levará 60 start-ups ao exterior por ano para promover internacionalização
O governo lança nesta sexta-feira (24) programa que buscará promover a internacionalização de 60 start-ups por ano a partir de visitas a centros de empreendedorismo.
Chamado StartOut Brasil, o programa é resultado de parceria envolvendo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Apex-Brasil, Ministério das Relações Exteriores, Sebrae e Anprotec (associação que reúne incubadoras e parques tecnológicos).
A partir dele, serão realizadas quatro viagens de negócios anuais para diferentes países, cada uma contando com 15 start-ups selecionadas.
Durante a estadia fora do Brasil, os empreendedores participarão de encontros com investidores e potenciais parceiros e clientes, em agenda que será parte comum para todos, parte personalizada para as necessidades de cada empresa.
Antes das viagens, os empresários terão consultorias e mentorias por período de 4 a 6 semanas, onde receberão informações sobre o mercado em que serão imersos e desenvolverão suas estratégias de entrada, explica Márcia Nejaim, diretora de negócios da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
A primeira viagem , que ocorrerá já em dezembro, será para Paris. Para 2018, estão programadas visitas a Berlim (maio), Miami (agosto) e Lisboa (novembro).
A seleção dos participantes de cada visita, que será feita a partir de editais e divulgada pelos parceiros do programa, levará em conta, além de critérios comuns em atividades de apoio ao empreendedorismo (como grau de inovação e potencial de crescimento), também as chances de a start-up fechar negócios no local visitado.
Segundo avaliação do secretário de Inovação e Novos Negócios do Mdic,
Marcos Vinícius de Souza, o Brasil tem muitas start-ups com capacidade tecnológica para atuar internacionalmente que acabam se limitando ao mercado local.
Uma barreira para a maior internacionalização de empresas brasileiras, segundo Souza, está no fato de o país contar com um grande mercado consumidor.
Apesar de isso ser, na maioria das vezes, algo positivo, o potencial de exploração do mercado local faz com que empresas se sintam satisfeitas em atuar apenas no país, sem aproveitar benefícios da competição internacional.
Souza diz acreditar que start-ups devem olhar o mercado internacional desde seu início, quando estão testando suas propostas de valor junto aos primeiros clientes, caso queiram atuar globalmente.
“Os produtos e serviços devem ser validados globalmente, não só no Brasil. Na economia digital, isso não é um bicho de sete cabeças, pois essas empresas não têm grandes custos de material físico, equipamentos”, diz.
Segundo ele, empresas de tecnologia têm um leque maior de opções de internacionalização do que as tradicionais.
Entre as opções estão a busca de investimento estrangeiro, de parceiro de desenvolvimento de produto e de clientes.
O secretário afirma que o programa trará benefícios ao país conforme companhias que atuam internacionalmente ampliem sua competitividade, devido ao ganho de conhecimentos que obtêm na experiência fora do país.
O StartOut Brasil terá orçamento anual de cerca de R$ 3 milhões.
Antes do lançamento do programa, foram feitas viagem em caráter piloto para Argentina, Reino Unido e Estados Unidos.
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