Startup que incentiva feedbacks em empresas é acelerada no Vale do silício
Criadora de um sistema que incentiva a troca de feedbacks dentro das empresas, a startup brasileira Qulture Rocks chamou atenção da aceleradora de startups americana Y Combinator, uma das principais do mundo.
O serviço da companhia foi lançado por Francisco de Mello em 2016. Nele, empresas clientes criam rotinas para que os profissionais avaliem o desempenho uns dos outros, façam anotações, definam tarefas e objetivos e os administrem.
Também é possível que liderados deem feedbacks para seus líderes e colegas de departamento. O serviço também permite que qualquer um peça feedback para os colegas quando quiser, o que, segundo Mello, torna a conversa mais fácil.
Os comentários sempre são identificados —não são permitidas mensagens anônimas.
O empreendedor conta que a ideia do negócio veio de insatisfação que tinha durante os 10 anos que trabalhou no mercado financeiro.
Ele diz que sentia falta de orientação sobre como se desenvolver e trabalhar melhor. Também faltavam explicações claras sobre quais as expectativas que tinham sobre seu trabalho.
Devido a essa inquietação, passou a estudar temas ligados à gestão de pessoas e, percebendo que as ferramentas da área poderiam ser colocadas em um produto, decidiu empreender, conta.
Atualmente a companhia tem 25 funcionários e 65 clientes, diz Mello.
Desde janeiro ela participa do programa de aceleração da Y Combinator no Vale do Silício (na Califórnia, nos EUA), que termina neste mês.
A partir dele, a startup tem acesso a rede de executivos de destaque do mercado de tecnologia dispostos a dar conselhos e apoio às novas companhias.
Entre as startups que passaram por lá antes do sucesso estão Airbnb e Dropbox.
Com a experiência internacional, Mello decidiu mudar a sede da companhia para o Vale do silício. As vantagens de estar lá, segundo ele, são a disponibilidade de capital para investimento em empresas novas e a abundância de profissionais talentosos
A companhia também recebeu investimento de US$ 120 mil (R$ 400 mil) da aceleradora.
INVESTIDOR
Antes de começar sua empresa, Mello decidiu se aproximar do universo de startups investindo em companhias iniciantes.
Duas de suas escolhidas se tornaram famosas no mercado brasileiro: A Gympass, que vende acesso a desconto em academias credenciadas para empresas clientes, e a Creditas, de crédito a partir da internet.
Porém ele logo diz que ganhou pouco dinheiro com as apostas. Para criar sua própria empresa, vendeu a participação que tinha nas startups antes de elas chegarem ao sucesso. “Deixei na mesa uma boa grana”, conta com humor.