Startups testam planos de assinatura para atendimento em clínica popular
Atentas ao crescimento acelerado das clínicas populares, startups já começam a experimentar planos mensais para quem quer ter acesso a atendimento médico com custo baixo.
Uma das ideias, desenvolvida pela Amparo Saúde, é oferecer assinaturas mensais com valor a partir de R$ 79,90.
Os planos da empresa dão direito a consultas por R$ 60, agendadas online, e a exames e vacinas a preço de custo –um exame de nível de colesterol, por exemplo, sai por R$ 1,50.
A companhia foi fundada por Emilio Puschmann, que trabalhou como executivo do Dr. Consulta, principal expoente do segmento de atendimento rápido e de baixo custo.
O empreendedor diz que, por cobrarem pouco por consulta, as clínicas populares costumam depender do faturamento que obtêm com exames para lucrar.
Isso tende a incentivar médicos a pedirem mais exames do que o necessário e aumenta os gastos dos pacientes, diz Puschmann.
Segundo ele, o modelo de assinatura garante uma forma de a empresa se sustentar sem enfrentar esse conflito de interesses.
O paciente que assina o plano da empresa também tem acesso a um aplicativo no qual pode se comunicar com um médico de família, um enfermeiro e um técnico de enfermagem que trabalham com ele para tirar dúvidas e resolver casos simples sem precisar ir até a clínica nem gastar com a consulta à tôa.
A empresa tem três clínicas próprias na cidade de São Paulo. Em geral, cada uma delas conta com sete especialistas, incluindo médico de família, oftalmologista, pediatra, dermatologista e ginecologista.
Foram investidos R$ 6 milhões na startup e ela está captando mais recursos.
Outra nova no setor, a Dandelin, criou um plano em que os custos do usuário do serviço são variáveis.
A companhia possui uma rede de médicos credenciados que disponibilizam horários de suas agendas para serem reservados via smartphone. Os profissionais recebem a partir de R$ 100 por atendimento.
Em vez de cada paciente pagar pelas consultas que faz, a startup soma o que foi gasto por todos e divide o valor entre eles todo mês.
Há um teto de R$ 100 para a mensalidade. Caso sejam agendadas muitas consultas e o uso do serviço leve a um custo maior do que esse, a empresa arca com o que faltar para pagar os médicos, explica Felipe Burattini, fundador da companhia.
Ele diz acreditar que dificilmente o preço atingirá o teto, pois seria necessário que todos os membros fizessem mais de uma consulta no mesmo mês.
A startup concentra suas operações no estado de São Paulo. Tem 1.400 pacientes e 400 médicos cadastrados.