Startup brasileira especializada em reconhecimento facial recebe R$ 5 milhões em investimento

A FullFace, uma startup que desenvolve tecnologia para reconhecimento facial a partir de imagens, recebeu R$ 5 milhões em investimento do fundo Primatec.

A tecnologia da empresa, criada em 2012, é usada principalmente para autenticação de identidade em serviços online. A companhia aérea Gol, por exemplo, adota a tecnologia para permitir check-in a partir de “selfies” em seu aplicativo.

Danny Kabiljo, sócio da startup, diz que serviços de biometria que permitam confirmação de identidade ganharão mercado com o avanço da economia digital.

Para atender a essa demanda, ele espera ampliar a equipe das atuais 7 pessoas para 25 até o final do ano.

Kabiljo diz que, para o futuro, o serviço também deverá ter funcionalidades como identificar gênero, idade e estado emocional a partir da imagem do rosto. Com isso, será possível entrar em novos mercados oferecendo serviços de relacionamento com clientes.

 

Danny Kabiljo, sócio da startup de reconhecimento facial FullFace (divulgação)

 
“Qualquer processo em que, em algum momento, seja relevante saber com quem se está interagindo, faz sentido usar o reconhecimento facial.Isso inclui saúde, educação, finanças, varejo e  segurança”, diz.

Sobre a Lei Geral de Proteção de Dados, sancionada pelo presidente Michel Temer (MDB) em agosto, dando mais controle para os consumidores sobre o uso que empresas fazem de seus dados pessoais e criando punições para as que descumprirem as regras, o empresário diz que haverá poucas mudanças para seu negócio.

Isso porque, segundo ele, a FullFace não armazena fotos de consumidores. Em vez disso, a tecnologia transforma as imagens em um padrão matemático que permite reconhecer o rosto quando ele é visto pelo software novamente, mas não reconstrui-lo.

“Se alguém interceptar a base de dados, vê apenas n´úmeros, que não podem ser transformados em fotos”, diz.

Além disso, cada companhia cliente da FullFace deve construir sua própria base de dados de consumidores, pedindo autorização para eles para armazenar as informações.

Por isso, os dados biométricos obtidos por um banco cliente da FullFace  não podem ser acessados por uma varejista que contrate a mesma empresa no futuro, por exemplo.

O fundo Primatec, criado por iniciativa da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, ligada ao Ministério da Ciência) é gerido pela empresa Antera. Ele investe em startups com passagem por incubadoras ou parques tecnológicos.

A FullFace possui parceria com o Cietec, incubadora sediada no campus da Universidade de São Paulo. Tem escritório no Cubo, espaço de coworking do Itaú.