Aceleradora portuguesa inaugura sede para apoio a 130 startups por ano no RJ

Filipe Oliveira

A aceleradora portuguesa Fábrica de Startups inaugura nesta quinta-feira (8) sua sede para o Brasil, no Rio de Janeiro.

A companhia terá andar de 3.700 m² no empreendimento Aqwa Corporate, no Porto Maravilha.

A aceleradora tem como meta apoiar 130 startups por ano, buscando desde projetos em fase de ajuste de ideia de negócios até companhias mais maduras e com faturamento, em busca de mais clientes.

A aceleradora não investe nas startups selecionadas nem fica com participação acionária nelas.

Sua receita vem de parcerias com grandes empresas, que apoiam a Fábrica de Startups para se aproximar das companhias iniciantes e, com isso, ter acesso à inovação criada por elas.

As companhias patrocinadoras definem temas de interesse, para os quais serão buscadas as startups, e participam junto delas do desenvolvimento de seus produtos e serviços.

Da relação, podem surgir contratos comerciais, ideias para desenvolvimento em conjunto e investimentos

Nos programas anteriores da aceleradora, que vinha usando espaços de coworking até a inauguração de seu próprio endereço, já passaram 40 companhias iniciantes. Entre as grandes empresas que deram suporte a elas estão Ambev e Petrobras.

Hector Gusmão, presidente da Fábrica de Startups para o Brasil, diz que novas parcerias serão anunciadas, com companhias dando apoio em 10 setores.

Entre os contemplados estarão telecomunicações, óleo e gás, construção e educação.

Aceleradora portuguesa Fábrica de startups inaugura espaço no Rio de Janeiro (divulgação)

Segundo Gusmão, a aceleradora tem como um de seus diferenciais facilitar a relação entre grande empresa e as mais jovens, servindo inclusive como intermediário nas negociações envolvendo esses dois tipos de companhias.

As exigências rigorosas das companhias estabelecidas em relação aos fornecedores e parceiros (podem pedir balanços auditados de anos anteriores, que startups não costumam ter) e também a falta de recursos da novata para atender rapidamente às demandas das companhias tradicionais são alguns dos desafios para se ter sucesso na união desses dois mundos, diz..

Segundo ele, a Fábrica de Startups decidiu olhar para o Brasil devido às poucas barreiras culturais que existem entre os dois países, o que pode viabilizar internacionalização de negócios de ambos os lados.

“Acredito que, para a grande empresa, o melhor é não buscar startup sem apoio. Esse não é o negócio principal dela, ela não terá tempo para fazer isso bem.”

Além disso, a aceleradora também dá segurança para que a startup negocie com a empresa maior, sem receios como o de sua ideia ser copiada ou de que a outra exigirá muito controle sobre a companhia mais jovem.