Startup quer usar modelo freelancer da Uber para criação publicitária

A startup Crowd quer usar modelo de contratação de autônomos parecido com o adotado pela Uber para produzir conteúdo publicitário.

A companhia, que atua como uma agência, criou plataforma digital para recrutar profissionais autônomos para os projetos que recebe de seus clientes.

Lançada em 2017, ela conta com 10 mil prestadores de serviços cadastrados nas áreas do design, mídia, conteúdo e tecnologia, diz Juan Zaragoza, 29, sócio e diretor de marketing da empresa.

Neto de José Zaragoza, fundador da agência DPZ e morto em 2017, ele diz que o modelo de trabalho proposto pela empresa se adequa às transformações que o mercado sofreu nos últimos anos.

o empresário afirma que, até o início dos anos 2.000, um departamento de criação com poucos profissionais conseguia atender a todas as demandas dos clientes, que eram sobretudo relacionadas à publicidade em mídia impressa, rádio e televisão.

 

O presidente-executivo da Crowd, Gabriel Matias (a esq.) e Juan Zaragoza, diretor de marketing (divulgação)

Com o avanço da internet e dos smartphones, as demandas se tornaram mais variadas o que tornou mais difícil para as agências ter expertise para atender todas as necessidades dos clientes, diz.

“Agora é preciso também entregar tecnologia. O cliente quer um projeto de aplicativo, de loja virtual, de conteúdo, de publicidade com palavras patrocinadas no Google”, diz.

A terceirização, segundo zaragoza, seria uma forma de lidar com a necessidade de ter diferentes perfis para cada projeto.

“Se eu fosse manter profissionais muito especializados, que dominam linguagens de programação muito específicas para alguns tipos de aplicativos, a conta não fecharia.”

No serviço da empresa, há duas formas de contratação.

Enquanto para projetos pequenos, como a criação de um logotipo, a plataforma da Crowd indica profissionais para cada solicitação e deixa que eles tratem diretamente com o cliente, há pedidos mais complexos que podem exigir até 30 profissionais, conta Zaragoza.

Nesse caso, uma pessoa da equipe da Crowd fica responsável por selecionar os freelancers que participarão do projeto e cuidar do gerenciamento das atividades, explica.

Também seguindo o modelo da Uber, os profissionais são avaliados por seu desempenho e tendem a receber mais trabalhos conforme estão bem rankeados.

Questionado sobre o risco de a relação da Crowd com os profissionais configurar um vínculo trabalhista, Zaragoza diz acreditar que as chances são pequenas.

“Eles trabalham da casa deles, na hora deles. Não entram aqui, não tem chefe, computador ou cadeira na empresa”, diz.

A companhia, com 20 funcionários, atende cerca de 100 clientes, segundo o empresário.

A startup levantou R$ 2 milhões com investidores para desenvolver seu serviço.

Entre os que apostaram na ideia estão Walter  Longo (ex-presidente do grupo Abril e presidente da Unimark) e  José Salibi Neto (Cofundador da HSM).