Startup que automatiza compra mensal em supermercado quer ter lojas com hortas e itens orgânicos
A startup Home Refill, que automatiza a compra mensal de itens de supermercado a partir da internet, quer ter suas próprias lojas.
Mas não serão supermercados comuns. A ideia é que os espaços estejam dedicados principalmente para venda de itens frescos e tenham boa parte de suas áreas dedicada a hortas para produção de orgânicos.
A empresa, criada em 2015, tem sistema de vendas online que aprende os hábitos de compra do consumidor, analisa validade dos itens que ele adquiriu pela plataforma e ajuda na montagem das listas seguintes.
Para isso, usa inteligência artificial para estimar quanto de cada produto será necessário levando em conta número de moradores da casa, aspectos demográficos e hábitos de consumo que o sistema aprende conforme é mais usado.
Guilherme Aere dos Santos, 28, sócio da companhia, diz acreditar que, conforme o modelo de compras automatizado tire a necessidade de o consumidor buscar na loja itens estocáveis (não perecíveis), será possível usar melhor o espaço disponível nos supermercados.
“A loja deve continuar existindo, mas deve ser ressignificada, se tornar espaço para experiências. Um grande sonho é olhar para todos os mercados e metade deles ser formada por hortas”, diz.
A companhia, que tem cerca de 320 funcionários, cresceu com recursos dos sócios —R$ 10 milhões de capital inicial.
Os produtos entregues pela empresa são adquiridos diretamente do fabricante.
A ideia é ter previsibilidade do que será preciso providenciar e fazer pedidos em volume perto do necessário, evitando perda com itens encalhados.
Diferente da maioria dos donos de startup, Santos diz não querer investimentos de fora.
Segundo ele, a participação de fundos de investimento colocaria a pressão por resultados à frente da possibilidade de aprender sobre como trabalhar melhor.
Ter recursos de investidores, afirma, também poderia criar conflitos com políticas comerciais da empresa, entre elas a de não incentivar a compra por impulso no site. Em vez disso, prefere apostar na criação do hábito de uma ou duas compras mensais.
“Não queremos que o consumidor faça 20 compras ao mês e receba em casa em meia hora”, diz.
A companhia investiu em 10 espaços em shoppings de São Paulo para apresentar sua proposta de vendas neste ano. O consumidor não compra ali, mas pode conhecer produtos que estão disponíveis no site e não tem muito destaque em supermercados, diz Santos.
O investimento nas lojas da startup deve começar no próximo ano, segundo o empreendedor.