Plano de Negócios https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br da ideia à realização Mon, 26 Aug 2019 18:32:11 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Regulação impulsiona parcerias entre fintechs e bancos, diz especialista https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/05/13/aperto-na-regulacao-impulsiona-parcerias-entre-bancos-e-fintechs-diz-especialista-no-mercado-chines/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/05/13/aperto-na-regulacao-impulsiona-parcerias-entre-bancos-e-fintechs-diz-especialista-no-mercado-chines/#respond Mon, 13 May 2019 13:22:26 +0000 https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/files/2019/05/file-320x213.jpeg https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=1473 O endurecimento da regulação sobre as fintechs (startups do setor financeiro) favorece a criação de parcerias entre essas empresas e os bancos tradicionais, muitas vezes entendidos como seus grandes competidores.

A opinião é do consultor Zennon Kapron, especializado no setor financeiro asiático.

Segundo ele, que é nascido no Canadá e estudou nos Estados Unidos, o movimento vem acontecendo na China, conhecida por ter um mercado aquecido para fintechs e pela alta adoção de pagamentos móveis.

Segundo ele, conforme entram na mira dos reguladores, muitas fintechs passam a preferir trabalhar como canal de aquisição de clientes e distribuição de produtos dos bancos a ser ela própria uma instituição financeira.

“Elas estão se apresentando mais como provedoras de tecnologia, não mais como serviços financeiros”, diz.

Kapron diz ver semelhanças entre os mercados do Brasil e da China para fintechs, entre elas populações grandes,  liderança regional, sistema financeiro que oferece experiências por vezes ruins e grande contingente de desbancarizados.

Ele diz acreditar haver interesse das startups financeiras da China pelo Brasil.

Segundo ele, o maior desafio para que mais companhias de lá façam negócios aqui está nas diferenças de cultura e nas regras de negócios dos dois países.

No dia 22 de maio, Kapron participa da Fintech Conference, evento promovido pela Startse em São Paulo, no Centro de Eventos Pro Magno.

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Banco testa empréstimo online para quem não é correntista em parceria com fintech https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/01/11/banco-testa-emprestimo-para-quem-nao-e-correntista-em-parceria-com-fintech/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2019/01/11/banco-testa-emprestimo-para-quem-nao-e-correntista-em-parceria-com-fintech/#respond Fri, 11 Jan 2019 12:00:52 +0000 https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/Foto-320x213.jpg https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=1404 O Bradesco está testando com a fintech (startup financeira) EasyCrédito a concessão de empréstimos para quem não é correntista do banco a partir da internet.

A startup possui um aplicativo que permite que consumidores procurem empréstimo e outros serviços financeiros em 56 parceiros (incluindo bancos, fintechs e varejistas).

O Bradesco é o primeiro dos grandes bancos a usar o serviço da EasyCrédito para oferecer empréstimo —Banco do Brasil e Caixa fornecem outros serviços pela plataforma.

Marcos Ramos, cofundador da startup, explica que ela possui método próprio para avaliar o risco de o cliente não pagar seu financiamento. Sua avaliação tem como característica usar dados não convencionais, como comportamento em redes sociais e permite o envio de documentos e assinaturas pela internet.

Em vez de estar no aplicativo da empresa, como os demais fornecedores de empréstimos, o Bradesco terá uma plataforma própria, disponível em https://inovabra.easycredito.me/.

Ramos diz que o EasyCrédito já recebeu 1 milhão de solicitações de empréstimo por seu serviço. A expectativa é que o Bradesco sozinho leve a um aumento de 50% neste ano.

Segundo ele, a parceria com o Bradesco indica que bancos e novas empresas podem trabalhar juntos.

“Isso desmistifica a ideia de que existe uma guerra entre bancos e startups. Em vez disso, há muito mais parceria.”

Mural pintado pelo artista Eduardo Kobra na fachada do edifício InovaBra Habitat (Rafael Hupsel/ Folhapress)

A EasyCrédito participou em 2016 do programa de relacionamento e apoio a startups do banco InovaBra.

Atualmente tem 20 funcionários e é uma das companhias que mantém escritório no InovaBra Habitat, prédio inaugurado em 2018 que concentra startups e departamentos de inovação de grandes empresas mantido pelo banco em São Paulo.

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App de recarga de celular e bilhete único tem investimento de US$ 22 milhões https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2018/02/22/app-para-recarga-de-celular-e-bilhete-unico-recebe-investimento-de-us-22-milhoes/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2018/02/22/app-para-recarga-de-celular-e-bilhete-unico-recebe-investimento-de-us-22-milhoes/#respond Thu, 22 Feb 2018 19:13:56 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=1154 A start-up RecargaPay anunciou ter recebido US$ 22 milhões (cerca de R$ 71,5 milhões) em investimentos.

A companhia desenvolveu aplicativo que permite fazer pagamentos rotineiros pela internet. Os principais serviços são recarga celulares pré-pagos e cartões usados no transporte público (no caso das cidades de São Paulo, Ribeirão Preto e Diadema) e pagamento de contas.

Os pagamentos podem ser feitos a partir de cartão de crédito ou dinheiro —nesse caso, o usuário carrega uma carteira virtual fazendo depósitos em lotéricas ou bancos.

Gustavo Victorica, diretor de operações do RecargaPay, diz que o objetivo da companhia é oferecer ferramentas para facilitar pagamentos em situações que costumam colocar consumidores em filas desnecessariamente.

Ele diz que a companhia busca desenvolver um sistema que atenda tanto quem ainda não tem conta em banco e, por isso, tem pouco acesso a pagamentos digitais como também quem já está acostumado com esse tipo de serviço.

 

Gustavo Victorica, diretor de operações do aplicativo RecargaPay (divulgação)

 

A promessa é dar agilidade. No caso do desbancarizado, ele exemplifica que o aplicativo permite que o consumidor faça uma única recarga por mês em dinheiro e, com sua carteira virtual, faça pagamento de várias contas no período sem perder tempo com deslocamentos e esperas.

A empresa foi criada em 2013. Conta atualmente com 85 profissionais.

Seu serviço tem cerca de 10 milhões de cadastrados. A companhia não informa, porém, o número de usuários ativos (que voltam ao app ao menos uma vez ao mês).

Entre os novos investidores do RecargaPay estão o IFC (International Finance Corporation, braço de investimentos em companhias privadas do Banco Mundial) e os fundos TheVentureCity e Ventech.

Além disso, mais de 100 investidores-anjo injetaram capital na empresa a partir das plataformas virtuais AngelList e FundersClub.

 

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Google busca start-ups financeiras da América Latina para uma semana de mentoria https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/06/19/google-busca-start-ups-financeiras-da-america-latina-para-uma-semana-de-mentoria/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/06/19/google-busca-start-ups-financeiras-da-america-latina-para-uma-semana-de-mentoria/#respond Mon, 19 Jun 2017 18:52:06 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=709 O Google está selecionando empresas de tecnologia do setor financeiro da América Latina para apoiá-las durante uma semana no Campos São Paulo, prédio mantido pela empresa para abrigar start-ups e atividades voltadas para os participantes desse mercado.

Chamado Campus Exchange Latam Founders, o programa está com inscrições abertas até o dia 18 de julho.

Durante a semana, que ocorrerá em outubro, dois empreendedores de cada uma das empresas selecionadas terão acesso a conteúdo, contatos e orientações de profissionais do Google, especialistas e executivos de destaque.

Atualmente o Campus São Paulo conta com 12 start-ups residentes que, após processo de seleção, passaram a usufruir de infraestrutura e apoio especializado da empresa americana para desenvolver seus projetos.

André Barrense, diretor do campus São Paulo, diz que a escolha pelo mercado de fintechs veio como resultado do grande crescimento do setor na região nos últimos anos e de seu potencial de avanço futuro.

Ele diz que, na América Latina, essas companhias têm a oportunidade de etrazer para o setor financeiro pessoas que estão fora dele com maior agilidade do que os bancos fariam.

O Campus são Paulo foi aberto em junho de 2016. Conta com 75 mil membros cadastrados (pessoas que já usaram o espaço para trabalhar), o que o torna a segunda maior iniciativa do tipo da empresa, atrás apenas da similar que a companhia possui em Londres (com 80 mil membros).

Outros espaços do tipo também estão disponíveis em Tel Aviv, Seul, Madri e Varsóvia.

Interessados podem obter mais informações e se inscrever em www.campus.co/exchange-latam.

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Conheça o programa de aceleração de start-ups do Google aqui.

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Brasil é 8º maior mercado em investimento em start-ups de finanças, aponta estudo https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/05/09/brasil-e-7o-maior-mercado-em-investimento-em-start-ups-de-financas-aponta-estudo/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/05/09/brasil-e-7o-maior-mercado-em-investimento-em-start-ups-de-financas-aponta-estudo/#respond Tue, 09 May 2017 14:32:41 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=649 O Brasil foi o país que registrou o 8º maior volume de investimentos em fintechs (empresas iniciantes de tecnologia do setor financeiro) em 2016.

Foram US$ 161 (cerca de R$ 515 milhões) em valores movimentados no ano, acima de mercados como Austrália (US$ 91 milhões) e Japão US$ 87 milhões.

O valor movimentado se aproxima do registrado em Israel, país conhecido por concentrar start-ups de sucesso, que registrou US$ 173 milhões.

Porém o volume ainda está longe do registrado na China (US$ 7,7 bilhões), nos Estados Unidos (US$ 6,2 bilhões) e Reino Unido (US$ 783 milhões), países que encabeçam a lista como mercados mais aquecidos.

Os resultados fazem parte de relatório da Global FinTech Hubs Federation, federação internacional que reúne associações de apoio a start-ups, feito pela consultoria Deloitte.

O estudo, em sua segunda edição, mapeou 44 cidades consideradas polos de desenvolvimento para fintechs, seus pontos fortes e fracos e estágio do mercado,  a partir de entrevistas com associações do setor de cada país.

São Paulo foi incluída pela primeira vez neste ano após a ABStartups (Associação Brasileira de Startups) passar a integrar a federação internacional neste ano.

Na avaliação da cidade, a federação internacional considerou boas a cultura de inovação, a proximidade com clientes e com talentos que as empresas têm na cidade.

Por outro lado, apontou como regular o suporte governamental, a regulação e a presença de empresas internacionais do setor no país.

Bruno Diniz, diretor do comitê de fintechs da Abstartups, elenca como pontos fortes do mercado brasileiro para esse tipo de empresa o tamanho do mercado e um sistema bancário  que, por ter muita concentração, possui ineficiências a serem exploradas por novas empresas.

Diniz estima que existam cerca de 220 iniciativas que possam ser consideradas fintechs no Brasil.

Por outro lado, explica que o grande volume de investimentos foi puxado por três principais companhias: Nubank (de cartões de crédito vinculados a aplicativo), GuiaBolso (de app para controle de gastos) e Creditas (antiga BankFácil, de empréstimos on-line).

Em dezembro, o Nubank anunciou ter recebido investimento de US$ 80 milhões do fundo DST Global.

RANKING

Veja países que se destacaram em 2016.

1) China US$ 7,7 bilhões
2) Estados Unidos U$$ 6.2 bilhões
3) Reino Unido US$ 783 milhões
4) Germany US$384 milhões
5) Índia US$ $272 milhões
6) Canadá US$183 milhões
7) Israel US$ 173 milhões
8) Brasil US$161 milhões
9) Austrália US$ 91 milhões
10 Japão US$ 87 milhóes

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Santander transforma agência bancária dentro da USP em espaço para incentivar empreendedorismo https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/03/21/571/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2017/03/21/571/#respond Tue, 21 Mar 2017 12:00:34 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=571 O banco Santander transformou uma de suas agências localizadas dentro da USP em um espaço para uso de empreendedores.

Chamado Arena Santander, o espaço possui um palco circular e as cadeiras são posicionadas de modo que os visitantes se sentem ao redor dele. Há espaço para acomodar até 60 pessoas.

A programação do espaço, com palestras, treinamentos e workshops,  será definida pela Agência USP de Inovação. Quando não houver evento agendado, ele estará disponível para uso de alunos.

A palestra inaugural foi feita por Romero Rodrigues, cofundador do Buscapé e sócio do fundo de capital de risco Redpoint eventures.

O banco conta com cerca de 240 agências dentro de faculdades, como a da USP. Ronaldo Rondinelli, diretor do Santander Universidades, conta que o plano é levar o modelo recém-inaugurado para a maior parte delas.

“O jovem não se identifica mais com o ambiente de agência de 50 anos atrás, com porta giratória e gerente sentado. Ele quer acessar o banco em seus aplicativos. Então o espaço foi transformado em algo mais convidativo”, diz.

Rondinelli diz que a transformação das agências será feita aos poucos: conforme elas precisarem de reformas, serão atualizadas, explica.

Segundo ele, o investimento do banco em iniciativas ligadas a empreendedores e universitários permite aproximar a instituição deles oferecendo produtos e serviços no início de suas carreiras. O objetivo é ajudá-los a crescer e seguir os atendendo quando alcançarem o sucesso.

Marco Antonio Zago, reitor da USP, disse que a abertura do espaço faz parte de esforço da USP para estabelecer diálogo com  diferentes setores da sociedade, como trabalhadores, governos e empresas privadas.

“Temos de abandonar aquela ideia de formação passiva, que vem desde nosso primário, em que o aluno recebe as coisas em um currículo organizado que se repete ano após ano, com o objetivo de ir trabalhar em uma grande empresa  ou um emprego público.”

O presidente do Santander, Sérgio Rial e o reitor da USP, Marco Antonio Zago na inauguração da Arena Santander (divulgação.)

APROXIMAÇÃO

Neste ano, o Santander também lançou o programa de aceleração de start-ups Radar, em parceria com a Endeavor (ONG que apoia o empreendedorismo de impacto).

A instituição vai selecionar cinco start-ups para apoiar durante seis meses neste ano. As escolhidas não precisam ceder participação acionária ao banco.

A busca de aproximação do Santander com o universo do empreendedorismo segue tendência do setor bancário.

O Bradesco mantém, desde 2014, o programa de inovação aberta a partir do apoio a start-ups InovaBRA; o Itaú inaugurou no em 2015 o Cubo, prédio que abriga escritórios de start-ups em São Paulo; a Caixa selecionou neste ano empresas para participar de programa de apoio de negócios com impacto social junto a aceleradora Artemisia.

“Ao estimular esse tipo de negócios, os benefícios são os mais variados. Um deles é acesso e facilidade de enxergar produtos e soluções sendo criadas no berço.”

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‘Visão de longo prazo dá mais resultado’, diz fundador do GuiaBolso https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2016/11/07/visao-de-longo-prazo-da-mais-resultado-diz-fundador-do-guiabolso/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2016/11/07/visao-de-longo-prazo-da-mais-resultado-diz-fundador-do-guiabolso/#respond Mon, 07 Nov 2016 14:29:43 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=426  

Thiago Alvarez (a esq.) e Benjamin Gleason, fundadores do GuiaBolso (divulgação)
Thiago Alvarez (a esq.) e Benjamin Gleason, fundadores do GuiaBolso (divulgação)

Para Thiago Alvarez, 36, cofundador do GuiaBolso, uma das principais start-ups de tecnologia financeira do país, resolver o problema do cliente, mesmo que isso não dê lucro de imediato, garante a sustentabilidade da empresa no futuro.

A história da companhia  faz jus a seu pensamento. Criado em 2012, o GuiaBolso tem 2,8 milhões de usuários ativos em seu aplicativo para controle de orçamento pessoal, lançado em 2014.

Na ferramenta, consumidores conectam suas contas bancárias e, a partir daí, começam a ver relatórios atualizados automaticamente sobre seus gastos.

Mesmo com uma abrangência tão grande, o serviço ainda não gera receita. A empresa está fechando parcerias com bancos médios para oferecer empréstimo pessoal para usuários com dívidas no cartão de crédito, que deve ser um dos primeiros serviços a gerar faturamento para a empresaA.

A companhia já passou por quatro rodadas de investimentos e, além de fundos de capital de risco que costumam apostar nesse tipo de iniciativa, recebeu apoio da IFC (International Finance Corporation), do Banco Mundial.

Alvarez fundou o negócio junto com Benjamin Gleason, norte-americano que conheceu há dez anos quando trabalhavam na consultoria McKinsey e que também comandou a expansão do Groupon no Brasil.

Segundo Alvarez, a escolha por um modelo de negócios que, deliberadamente, iria demorar a dar dinheiro tornou mais difícil encontrar investidores para o projeto. No início, seu sócio dedicava todo o seu tempo a busca de investidores e ouviu mais “não” do que “sim”.

Ele falou ao Plano de Negócios sobre a história do GuiaBolso e empreendedorismo.

Segundo ele, o Brasil está sete anos atrasado no segmento de tecnologias financeiras. Todas as empresas do setor, inclusive o GuiaBolso, ainda estão no começo e será preciso tempo para conhecer seu real impacto.

Plano de Negócios  De onde veio a ideia de empreender?

Thiago Alvarez – Eu e o Benjamin juntamos nossas experiências em três áreas.

Eu tinha trabalhado com a Ruth Cardoso (1930-2008) por seis anos como diretor financeiro de uma das principais ONGs do Brasil (Alfabetização Solidária), o Benjamin já morou três meses na Rocinha (favela do Rio de Janeiro) para ajudar a estruturar o planejamento de uma ONG local.

Dentro da McKinsey, me especializei em serviços financeiros e ali me deparei com os problemas do consumidor na relação com o setor. Ele não entende de dinheiro, de produtos financeiros, não tem acesso a boas opções de maneira conveniente.

E havia a experiência digital do Benjamin, que liderou o Groupon no Brasil.

Quando unimos essas três coisas, no final das contas, é o GuiaBolso.

Em seu trabalho como consultor, não seria possível trabalhar alguns dos problemas que percebeu no sistema financeiro?

Isso estava fora do escopo do trabalho que eu fazia. E a visão dentro do banco era diferente. Quando tratamos do problema do lado de fora, sem ter obrigação alguma de resultado no curto prazo. estamos fazendo algo que banco algum consegue com muita liberdade.

Já tinha visão de longo prazo desde o começo?

Sim. Nossa visão sempre foi resolver um problema real do consumidor. Nem pensar em ganhar dinheiro no início, só depois de conseguir isso.

É a  estratégia usada por Google, Facebook, algo que dá para fazer quando trata de mercado tão grande como o de serviços financeiros.

Obviamente isso limita o número de investidores interessados em seu negócio. Poucos no Brasil conseguem ter uma visão de tão longo prazo.

Curioso a opção por esperar para ganhar dinheiro com um fundador que veio do Grouppon, empresa que nasceu faturando muito no “boom” das compras coletivas…

Eles monetizaram desde o começo, e tiveram muitos problemas do lado do consumidor, na operação. O Benjamin aprendeu muito bem o que não fazer depois de estar ali dentro. Foi uma operação que trouxe aprendizados enormes para nós.

Como foi para você deixar um emprego em consultoria renomada para lançar um projeto que iria demorar para dar dinheiro?

Basicamente pensei, se estivesse com 60 anos e nunca tivesse feito isso, iria me arrepender. E, ao mesmo  tempo, se não fizesse naquele momento, iria ficar mais difícil tomar essa decisão. Era o momento ideal, tinha uma reserva financeira legal, experiência de mercado importante que fazia a probabilidade do negócio dar certo ser maior.

O que dificultaria tomar a decisão no futuro?

Dinheiro. Meu custo de oportunidade só ia aumentar. Empreender sendo sócio da McKinsey, por exemplo, é muito difícil. Seu dinheiro no curto prazo fica muito tentador.

Como lidavam com o risco do negócio que estavam construindo? Previam prazo para o GuiaBolso dar certo ou desistir?

Não estabelecemos esse prazo. Acho que a gente partiu sem a ideia de que poderia não dar certo. A gente sempre se cobrou, trabalhou dessa forma. Não se permitiu ficar pensando muito em o que fazer se desse errado, isso te prende, te trava.

Como foi convencer alguém a apostar na ideia?

A gente desde o começo buscou investidor. No final das contas, conseguimos dois que acreditaram mais no time do que necessariamente no que estávamos fazendo. Imaginaram que um time bom iria se achar, encontrar o que precisa.

Mas foi bem difícil, recebemos muito mais nãos do que sins. O Benjamin ficava dedicado quase 100% do tempo nisso. Demoramos seis meses para fechar com o primeiro investidor.

Quando começaram a perceber que estava dando certo?

Quando lançamos o aplicativo, em julho e agosto de 2014. Ele virou número cinco geral do Brasil em duas semanas, em quinze dias batemos a meta do ano de aquisição de usuários. Os resultados foram tão fortes que tudo ficou claro.

Como é a relação do GuiaBolso com os grandes bancos?

É uma relação mista. Alguns bancos adoram o que estamos fazendo, outros nem tanto. Os bancos médios estão virando parceiros bem importantes para a gente. O relacionamento vai mudando e sendo diferente de banco para banco.

Em resumo, estamos muito focados no consumidor. Os bancos que olham para o consumidor de forma mais sustentável,  encaram de modo mais natural o que fazemos.

O fato de o usuário ter de colocar senhas no aplicativo gerou algum atrito?

Muita gente superou esse problema facilmente, foi mais fácil do que eu imaginava.

E eu tinha um certo relacionamento com os bancos. Fui até eles conversar, apresentar o que estávamos fazendo, mostrar o que fazíamos em termos de segurança. Tínhamos estrutura forte para fazer isso desde o começo, algo que não é todo mundo que conseguiria fazer.

Se a gente pensar que hoje qualquer e-commerce pega cartão de crédito, permite transacionar, movimentar dinheiro para lá e para cá, o risco deles é muito maior do que o do GuiaBolso.

O que veem no horizonte em termos de parcerias?

Com o passar do tempo, fomos percebendo que as pessoas têm dificuldade para entender produtos financeiros, não conseguem compará-los e acabam não fazendo escolhas boas na hora de contratá-los.

Então estamos fazendo parcerias com várias instituições financeiras para oferecer produtos dentro do GuiaBolso.

Em alguns casos, você já pode contratar produtos financeiros, como empréstimo pessoal para clientes com dívidas em cartão de crédito ou cheque especial, dentro do GuiaBolso.

Como medem os resultados obtidos, já que ainda não há receita financeira?

Nossa missão é transformar a vida financeira dos brasileiros. Então começamos a olhar se temos impacto positivo na vida financeira das pessoas.

Para isso, fizemos estudo para ver a vida financeira antes e depois de usar o GuiaBolso. Algumas coisas que a gente achou é que as pessoas economizam, em média, R$ 400 a mais depois que usam o GuiaBolso, mais ou menos duas vezes e meia o que economizavam.

Também reduzimos em 25% a quantidade de pessoas que usam o cheque especial depois de quatro meses no GuiaBolso.

outra pesquisa, com a Universidade Kellogg (EUA),, fez experimentos em nossa base a partir de notificações no celular, lembrando aos clientes de pagar a fatura do cartão de crédito. O grupo que recebeu as notificações teve redução de 11% na inadimplência.

Quer dizer que quanto mais as pessoas usarem o GuiaBolso, menos vão precisar dos produtos seus, dos empréstimos que vocês levam até elas?

É isso. A gente está querendo resolver o problema do cliente. Se você tem uma visão de longo prazo e uma missão clara, consegue fazer esse tipo de coisa.

Eu sou capitalista, a gente tem fins lucrativos, mas acho que tem mais valor o cliente que fica comigo no longo prazo do que no curto prazo. Ajudar o consumidor é algo mais sustentável.

Como vê a profusão de fintechs (start-ups do setor financeiro) que vieram depois de vocês?

Eu confesso que conheço poucas que tenham impacto. Não sei, acho que estamos muito novos, o Brasil está sete anos atrasado em relação a fintechs.

Falo isso porque as maiores, como Nubank, Bankfácil, foram lançadas, por coincidência ou não, no mesmo ano e sete anos depois do surgimento das fintechs nos EUA, em 2007.

É tudo muito novo, muito recente. É cedo para falar se vai dar certo, se tem futuro. Acho que tem muita empresa ainda no começo. A gente está no começo.

Falando do dia a dia da empresa, quando busca profissionais para o GuiaBolso, o que procuram?

Basicamente buscamos pessoas com potencial. Experiência conta, mas é difícil achar no Brasil a experiência que buscamos, de alguém que faça algo totalmente diferente.

Quando se olha potencial, você vê o que a pessoa fez do ponto de vista acadêmico, suas atitudes comportamentais, autonomia, capacidade de aprendizado, raciocínio analítico, quantitativo.

Fazem testes para medir isso?

Fazemos, sim. É um processo em várias etapas. Todo mundo que entra no GuiaBolso é entrevistado por todos os diretores e fundadores.

Além das entrevistas, fazemos estudos de caso, testes de programação para engenheiros. Os candidatos passam um dia no escritório com a gente trabalhando e conversando com os profissionais daqui. É um processo seletivo parecido com o que Google, Facebook e McKinsey fazem.

O jogo de tecnologia é um jogo de talentos, você precisa de pessoas muito, muito boas trabalhando.  Buscamos pessoas em lugares muito bons e com processo seletivo que consegue separar as pessoas de acordo com o potencial que a gente enxerga nelas.

Depois quando a pessoa entra, como acreditamos no processo que a gente faz, damos muita autonomia e oferecemos mentoria com especialistas de diferentes áreas no mundo inteiro.

Em que atividade dedica mais tempo e como empreendedores devem fazer a gestão dele?

Eu devo gastar 30% do meu tempo com gente, principalmente atraindo gente boa.

Depois, varia muito dependendo da etapa da empresa. Não consigo ver uma regra geral. A única é gastar tempo atraindo gente boa. O resto varia com o desafio de negócios do momento.

No começo da empresa, precisava garantir uma boa tecnologia, me ocupava muito com isso. Depois, tinha de garantir um bom produto, depois crescer, e assim por diante. Minha prioridade vai variando com a prioridade do negócio.

O que mais te empolga no empreendedorismo?

Sem sombra de dúvidas o tamanho a profundidade e o impacto que temos na vida dos usuários e o time que a gente está formando, a cultura dele. São duas coisas que me orgulho bastante. Não consigo me imaginar fazendo outra coisa.

E algo lhe desagrada?

Eu acho que iria querer viajar menos. Mas isso é por eu estar viajando bastante agora, mas não dá para me queizar muito disso, faz parte (risos).

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Caixa e Artemisia vão apoiar empresas de inclusão financeira com até R$ 200 mil https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2016/10/13/caixa-e-artemisia-vao-apoiar-empresas-que-promovem-inclusao-financeira/ https://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/2016/10/13/caixa-e-artemisia-vao-apoiar-empresas-que-promovem-inclusao-financeira/#respond Thu, 13 Oct 2016 17:00:49 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://planodenegocios.blogfolha.uol.com.br/?p=366 A Caixa Econômica Federal e a aceleradora de negócios sociais Artemisia estão buscando novas empresas que possuam ferramentas para a inclusão financeira da população de baixa renda.

Dividido em duas etapas, o programa de aceleração promovido por elas vai oferecer R$ 200 mil para as cinco melhores empresas e R$ 15 mil para até 15 selecionadas.

As inscrições estão abertas até 30 de outubro e podem ser feitas aqui.

O recurso de apoio ao projeto tem origem no Fundo Socioambiental Caixa, que recebe até 2% do lucro líquido da empresa e os destina para ações e projetos para a promoção do desenvolvimento sustentável, da inclusão social e da cidadania.

1º ETAPA

Serão selecionados até 15 negócios. Nesta fase, os empreendedores receberão mentorias das equipes da CAIXA e da Artemisia para refinar suas propostas.

Cada negócio receberá R$ 15 mil para investir em explorações de campo, entrevistas ou grupos focais com o público-alvo para testar hipóteses.

As soluções serão apresentadas a uma comissão julgadora formada por profissionais da Caixa, da Artemisia, e especialistas em empreendedorismo de impacto e setoriais.

2ª Etapa

Serão selecionados até cinco empreendedores, que poderão receber até R$ 200 mil para pilotarem suas soluções diretamente com o público-alvo beneficiário. O tempo previsto para o piloto é de até seis meses.

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